Alternativa para radiosótopo

sexta-feira, janeiro 15, 2010


Agência FAPESP – A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) aprovou a participação do Brasil no Projeto de Pesquisa Coordenado (CRP) para o desenvolvimento de técnicas para produção de molibdênio-99, utilizando urânio-235 de baixo enriquecimento por fissão neutrônica.


O projeto é coordenado pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) por meio da Diretoria de Radiofarmácia, com previsão de conclusão no final de 2010. A ação faz parte da estrutura do projeto para construção do Reator Multipropósito Brasileiro.





Ipen participa de projeto internacional para desenvolvimento de radioisótopos, que têm passado por crise de fornecimento, prejudicando exames de diagnóstico médico (Ipen)



O Ipen é uma autarquia vinculada à Secretaria de Desenvolvimento do Estado de São Paulo e gerenciada técnica, administrativa e financeiramente pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) do Ministério de Ciência e Tecnologia.


Vários grupos de pesquisadores do Ipen participam diretamente do projeto. Segundo o instituto, o molibdênio-99 é a matéria-prima para a produção de geradores de tecnécio-99m, radiofármaco utilizado em cerca de 80% dos exames para diagnóstico médico. Desde maio de 2009 tem ocorrido uma crise internacional no fornecimento do radioisótopo produzido em reatores nucleares, prejudicando pacientes.


No projeto da AIEA, a tecnologia a ser desenvolvida é a de dissolução ácida, que utiliza alvos de urânio metálico e gera menor volume de rejeitos sólidos e líquidos. O Chile é o primeiro país participante do CRP que utilizará essa tecnologia em larga escala.


O urânio-235 de baixo enriquecimento (abaixo de 20%) é fissionado, gerando vários isótopos, entre eles o molibdênio-99 e o iodo-131, também utilizado em medicina nuclear. Argentina, Canadá, África do Sul e demais países produtores de molibdênio-99 utilizam a técnica da dissolução básica, dissolvendo o urânio irradiado com uma base.


O Ipen retoma essa linha de desenvolvimento pesquisada no passado, utilizando miniplacas elaboradas pelo seu Centro de Combustíveis Nucleares. As miniplacas contendo o urânio-235 foram produzidas no centro e passarão, ainda não irradiadas, por experimentos de dissolução e simulações do restante do processo de separação e purificação do molibdênio-99.

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