Museu da Amazônia debate a história da saúde pública e da medicina tropical no Amazonas entre 1890 e 1930

terça-feira, dezembro 01, 2009

JC e-mail 3901, de 01 de Dezembro de 2009.

25. Museu da Amazônia debate a história da saúde pública e da medicina tropical no Amazonas entre 1890 e 1930

Júlio César Schweickardt, pesquisador da Fiocruz, aborda o assunto nesta quinta-feira, 3 de dezembro

Para refletir a respeito das atividades de saneamento no Estado do Amazonas no período da Primeira República no Brasil, o Museu da Amazônia (Musa) recebe nesta quinta-feira (3), às 17h, o pesquisador Júlio César Schweickardt, que ministra a palestra "A história da saúde pública e da medicina tropical no Amazonas entre 1890 e 1930".

O momento abordado coincide com o auge e o declínio da economia da borracha, fazendo da Região um importante centro de repercussão da cultura e das ideias científicas.

"Analisaremos como as ideias da medicina tropical foram apropriadas por médicos do Amazonas e como seus princípios foram colocados em prática, com o objetivo de realizar a profilaxia da febre amarela e da malária", exemplifica Júlio César. Essas duas endemias mobilizaram os diversos atores em torno das teorias, que debatiam sobre os mecanismos de transmissão e sobre as formas de combater e controlar os vetores.

Diferentes comissões atuaram no Amazonas nesse período, que envolveram: médicos, cientistas e engenheiros de Manaus, da Capital Federal e de Instituições internacionais. A única comissão que realizou o saneamento do interior do Estado foi o Serviço de Saneamento e Profilaxia Rural, que transformou o posto rural em posto itinerante. O saneamento do Amazonas foi proposto e realizado por estas diferentes comissões, que teve como pano de fundo o ambiente e o regime das águas: na capital os igarapés, e no interior a imensa rede de rios e lagos.

O Amazonas, nesse período, constituiu-se, portanto, em uma espécie de laboratório para a pesquisa e a experimentação das idéias científicas correntes. A região, em relação à nação, afirmou a sua autonomia e a sua identidade, através da ação dos médicos e cientistas que refletiram sobre a o saneamento do estado.

Graduado em Teologia pela Escola Superior de Teologia (1990) e em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Amazonas - Ufam (1997), Júlio Cesar Schweickardt é mestre em Sociedade e Cultura na Amazônia pela Ufam (2000). Atualmente é pesquisador do Instituto Leônidas e Maria Deane/Fiocruz Amazônia e doutor em História das Ciências e da Saúde pela Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz. Tem experiência na área de Antropologia da Saúde e História das Ciências, atuando nos seguintes temas: saúde coletiva, história das doenças tropicais e das instituições na Amazônia.