Por que a Nomenklatura científica é intolerante com os que desafiam paradigmas?

sábado, agosto 15, 2009

Quando nós teóricos e proponentes do Design Inteligente afirmamos que somos perseguidos pela Nomenklatura científica na Academia, a Galera dos meninos e meninas de Darwin diz que é apenas mais uma teoria de conspiração.

Todavia, a verdade relatada por alguns historiadores de ciência é outra: a Nomenklatura científica pode ser sistematicamente intolerante com aqueles que desafiam os paradigmas consensuais. Thomas Kuhn observou isso há muito tempo:

“A ciência normal não tem como objetivo trazer à tona novas espécies de fenômeno; na verdade, aqueles que não se ajustam aos limites do paradigma frequentemente nem são vistos. Os cientistas também não estão constantemente procurando inventar novas teorias; frequentemente mostram-se intolerantes com aquelas inventadas por outros.” [1]

Mais recentemente, Nicholas Wade, um jornalista científico de renome, destacou num artigo publicado em um blog de ciência do New York Times que cientistas geralmente são pressionados a serem conformes e não falarem contra a o ponto de vista aceito:

“O poder desta recomendação de ser conforme pode silenciar até aqueles que têm boa razão de pensar que a maioria está errada. Você é um especialista porque seus pares o reconhecem como tal. Mas, se você começar ir longe demais da linha daquilo que os seus pares acreditam, eles olharão você de soslaio e vão começar a retirar o título informal de ‘especialista’ que eles implicitamente concederam a você. Depois você irá suportar o rótulo menos confortável de ‘diferente’ o que está bem próximo de ‘bode expiatório’ ou ‘pária’.” [2]

Neste artigo, Wade mostra francamente que existem acadêmicos sérios que também estão muito preocupados com as pressões exercidas para silenciar a dissensão de pontos de vista científicos majoritários. Ele conclui seu artigo:

“Conformidade e pensamento de grupo são atitudes de perigo particular na ciência, um empreendimento que é inerentemente revolucionário porque o progresso geralmente depende da derrubada da sabedoria estabelecida... As monoculturas acadêmicas referidas pelo Dr. Bouchard são do tipo de coisa que sabota a criatividade científica... O que está errado com os consensos não é o estabelecimento de uma opinião majoritária, que é necessária e legítima, mas o silenciar dos céticos.” [3]

Em 2006, Günther Theissen, do Departamento de Genética da Friedrich Schiller University em Jena, Alemanha, reconheceu ser “perigoso” criticar o neodarwinismo num artigo publicado no Theory in Biosciences:

“É perigoso chamar a atenção para o fato de que não existe explicação satisfatória para a macroevolução[SIC ULTRA PLUS]. Facilmente uma pessoa pode se tornar alvo da biologia evolucionária ortodoxa e um falso amigo de proponentes de conceitos não científicos.” [4]

Por que este silenciar dos críticos e oponentes dos atuais paradigmas sobre a origem e evolução do universo e da vida? Por que silenciar e perseguir os que propõem novas teorias científicas como a teoria do Design Inteligente? Stephen Jay Gould explica:

“Nossos modos [dos cientistas] de aprender a respeito do mundo são fortemente influenciados pelas pré-concepções sociais e modos de pensar enviesados que cada cientista deve aplicar a qualquer problema. O estereótipo de um ‘método científico’ plenamente ‘racional e objetivo’, com os indivíduos cientistas sendo robôs lógicos e intercambiáveis, é uma mitologia autogratificante.” [5]

Mitologia, Gould? Pega leve, mano, não seria ideologia???

(Baseado em artigo de Casey Luskin)

NOTAS

1. KUHN, Thomas A estrutura das revoluções científicas, São Paulo, Perspectiva, 5ª. ed., 1998, p. 45, citando BARBER, Bernard, Resistance by scientists to scientific Discovery, Science, CXXXIV, p. 596-602, 1961.

2. WADE, Nicholas. “The strength of this urge to conform can silence even those who have good reason to think the majority is wrong. You’re an expert because all your peers recognize you as such. But if you start to get too far out of line with what your peers believe, they will look at you askance and start to withdraw the informal title of ‘expert’ they have implicitly bestowed on you. Then you’ll bear the less comfortable label of ‘maverick,’ which is only a few stops short of ‘scapegoat’ or ‘pariah’.” In "Researcher Condemns Conformity Among His Peers," New York Times Blog, July 23, 2009.

3. Ibid. “Conformity and group-think are attitudes of particular danger in science, an endeavor that is inherently revolutionary because progress often depends on overturning established wisdom....The academic monocultures referred to by Dr. Bouchard are the kind of thing that sabotages scientific creativity....What’s wrong with consensuses is not the establishment of a majority view, which is necessary and legitimate, but the silencing of skeptics.”

4. THEISSEN, Günther. "The proper place of hopeful monsters in evolutionary biology," Theory in Biosciences, Vol. 124:349–369, 2006. “It is dangerous to raise attention to the fact that there is no satisfying explanation for macroevolution. One easily becomes a target of orthodox evolutionary biology and a false friend of proponents of non-scientific concepts.”

5. GOULD, Stephen Jay. “Our [scientists'] ways of learning about the world are strongly influenced by the social preconceptions and biased modes of thinking that each scientist must apply to any problem. The stereotype of a fully rational and objective 'scientific method,' with individual scientists as logical and interchangeable robots, is self-serving mythology.” “In the Mind of the Beholder,: Natural History, Vol. 103 (2):15, 1994.