Companhia das Letras relança livro contra a Nomenklatura científica

segunda-feira, agosto 03, 2009



Publicada originalmente em 1949, a distopia futurista 1984 é um dos romances mais influentes do século XX. Uma obra magistral que ainda se impõe como uma poderosa reflexão ficcional sobre a essência nefasta de qualquer forma de poder totalitário.



1984 é um inquestionável clássico moderno. Publicado poucos meses antes da morte do autor, tem como herói o angustiado Winston Smith, refém de um mundo feito de opressão absoluta. Em Oceânia, ter uma mente livre é considerado crime gravíssimo, pois o Grande Irmão, líder simbólico do partido único que controla a tudo e todos, "está de olho em você". No íntimo, porém, Winston se rebela contra a sociedade totalitária na qual vive: em seu anseio por verdade e liberdade, ele arrisca a vida ao se envolver amorosamente com uma colega de trabalho, Júlia, e com uma organização revolucionária secreta.

Muitos leram 1984 como uma crítica devastadora às belicosas ditaduras nazifascistas da Europa, de cujos terríveis crimes o mundo ainda tentava se recuperar quando o livro foi lançado. Nos Estados Unidos, foi visto como uma fantasia de horror quase cômico dirigida contra o comunismo da hoje extinta União Soviética, na época sob o tacão de Stálin e seu Partido único e inquestionável. Entretanto, superando todas as conjunturas históricas, e até mesmo a data futurista do título, há muito ultrapassada, 1984 ainda se impõe como uma poderosa reflexão ficcional sobre os excessos delirantes, mas perfeitamente possíveis, de qualquer forma de poder incontestado.

Fonte.

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Soa familiar:

“essência nefasta de qualquer forma de poder totalitário” = Nomenklatura científica.

“Em Oceânia [= Academia], ter uma mente livre é considerado crime gravíssimo, pois o Grande Irmão, líder simbólico do partido único que controla a tudo e todos, ‘está de olho em você’.” = Guardas-cancelas, oops, pareceristas, peer-reviewers é mais chique, verdadeiros agentes da KGB da Nomenklatura científica que impedem a veiculação de críticas científicas aos paradigmas vigentes e/ou a publicação de quaisquer ideias ou teorias científicas alternativas: patrulhamento ideológico para garantir a manutenção da síndrome dos soldadinhos de chumbo – todo mundo pensando igual e ninguém pensando em nada.

A Nomenklatura científica ‘odeia’ o livro 1984 porque ele é “uma poderosa reflexão ficcional sobre os excessos delirantes, mas perfeitamente possíveis, de qualquer forma de pode incontestado”.

O informe da editora de Schwarcz disse melhor sobre a Nomenklatura científica do que este blogger.