Os caminhos de Darwin segue louvando o passado, mas evita discutir a nova teoria da evolução...

terça-feira, junho 02, 2009

JC e-mail 3773, de 01 de Junho de 2009.

16. Caminhos de Darwin no Uruguai

Com a presença do tataraneto de Darwin, o ambientalista Randal Keynes, foram inauguradas recentemente no Uruguai duas placas comemorativas da passagem do famoso naturalista britânico pelo país em 1832/1833

A bordo do Beagle, Darwin percorreu, em cinco anos (1832-1836), muitas regiões do planeta: Cabo Verde, América do Sul, Taiti, Nova Zelândia, Austrália, ilhas do Oceano Índico e África do Sul.

Em Montevidéu, a placa feita de azulejos está colocada em um local histórico do porto da cidade, diante de Las Bóvedas, Rambla. Ela foi inaugurada no dia 28 de maio com a presença da ministra de Educação e Cultura daquele país, de várias outras autoridades e dos participantes da XI Reunião da Rede de Popularização da C&T na América Latina e Caribe (RedPOP).

Em Maldonado, região na qual Darwin permaneceu por várias semanas em 1833, a placa foi inaugurada em 29 de maio, na região do antigo porto, ao lado do Centro de Informações do município.

Duas outras placas serão colocadas em Colonia del Sacramento e Soriano. O projeto “Caminos de Darwin no Uruguai” está sendo coordenado pela Associación Civil CienciaViva.

A colocação das placas tem o patrocínio da Petrobras, das Intendências das cidades e da Agencia Nacional de Investigación e Innovación (ANII). O projeto tem também o apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia do Brasil.

Na cidade de Maldonado, há um restaurante (Evolution) construído no local da antiga pensão na qual Darwin residiu. Uma parede da residência original ainda existe e, ao lado dela, foi construída uma sala em homenagem a Darwin.

Na localidade vizinha de Pan de Azucar, existe um monumento ao naturalista, construído pela comunidade local e colocado no lugar em que havia a estância de Sebastian Pimienta, na qual Darwin se hospedou.

No dia da inauguração da placa de Maldonado se encontraram ali, em clima de emoção, o tataraneto de Darwin e o tataraneto de Sebastian Pimienta (Juan Pimienta). A passagem de Darwin por este região foi muito produtiva, como ele mesmo revelou em seu diário: “[os últimos dias] eu os empreguei para preparar e escrever as notas sobre todos meus tesouros de Maldonado”. Várias de suas observações feitas no Uruguai, os materiais recolhidos e a coleção de pássaros ali reunida foram importantes no desenvolvimento posterior de suas ideias sobre a evolução.

Neste ano, em que se comemoram os 200 anos do nascimento de Charles Darwin e 150 anos da publicação de sua obra “A Origem das Espécies”, as atividades no Uruguai dão sequência ao projeto “Caminhos de Darwin” iniciado com sucesso no Brasil, por ação do MCT, Casa da Ciência (UFRJ) e Departamento de Recursos Naturais/RJ.

Cada placa está sendo colocada em lugares significativos, assinalados pelo próprio Darwin em seus escritos. Elas contêm o mapa do trajeto do naturalista na região e uma frase dele sobre a localidade específica da placa.

Além de se criar um ponto de interesse educacional, cultural e turístico, o projeto busca mobilizar a população local acerca da importância da história da ciência na região. Em cada cidade tem se buscado dar destaque ao envolvimento das escolas básicas, estimulando a participação de crianças e jovens em atividades sobre a evolução, a seleção natural, o meio ambiente local e a biodiversidade, bem como atrair professores, gestores públicos e população em geral.

O projeto Caminhos de Darwin deverá se estender para outros países visitados pelo Beagle. Atividades similares já estão sendo programadas em Cabo Verde, África do Sul e Chile. As placas a serem colocadas e as atividades desenvolvidas em cada país são similares às realizadas no Brasil, de maneira a facilitar interações entre jovens destes países e propiciar futuros percursos científico-culturais no itinerário de Darwin na América do Sul e em outras partes do mundo.

(Informações de Ildeu Moreira, do Depto. de Popularização e Difusão da Ciência do MCT)