Darwinistas reconhecem a falência heurística da teoria da evolução de Darwin

domingo, maio 10, 2009

Eu tive o privilégio de participar de um Fórum sobre Evolução e Design Inteligente na Universidade Presbiteriana Mackenzie nos dias 5-8 de maio de 2009. No encerramento do evento houve uma mesa-redonda onde eu apresentei, juntamente com o Dr. Marcos Eberlin (Unicamp) uma relação de artigos científicos considerando o status heurístico do neodarwinismo (ou Síntese Evolutiva Moderna).

Na retórica da Nomenklatura científica, o fato, Fato, FATO da evolução tem “uma montanha de evidências”, e que essas evidências são irrefutáveis. Nada mais falso. Retórica vazia, pois existe na literatura especializada outra “montanha de evidências” contrariando aquela afirmação.

O pior de tudo é que a Nomenklatura científica sabe disso, mas se recusa debater essas questões publicamente. Muito pior do que isso, é que essas informações do status heurístico da teoria da evolução no contexto de justificação teórica é intencionalmente subtraída na abordagem da evolução nos livros-texto que são aprovados pelo MEC/SEMTEC/PNLEM. O nome disso é desonestidade acadêmica, e um flagrante descumprimento do exarado na LDB 9394/96 e nos atuais PCNs do Ensino Médio do MEC.

Traduzindo em graúdos, os livros didáticos não estão educando como deveriam, e estão lesando a cidadania dos alunos de ter acesso à informação científica correta para poderem pensar criticamente sobre a teoria da evolução. . Afinal de contas, a ciência é a busca pela verdade. O que está ocorrendo no conteúdo dos livros-texto de Biologia na abordagem das teorias da origem e evolução do universo e da vida é um escancarado 171 epistemológico.

Se isso acontecesse com um corretor na Bolsa de Valores de São Paulo “passar informações privilegiadas” para os membros de sua carteira de aplicadores em detrimento dos demais aplicadores, tornado público, uma investigação séria, isenta e objetiva do Ministério Público levaria este corretor desonesto para a cadeia. Infelizmente, isso não ocorre com os autores de livros didáticos de Biologia, e nem com os doutos membros da Comissão do PNLEM.

Recentemente a Folha de São Paulo deu destaque a um caso de plágio cometido por um professor de Química. A FSP está de parabéns por ter entrevistado pessoas da SBQ, mas é covarde em não publicar uma reportagem sobre a abordagem 171 do fato, Fato, FATO da evolução nos livros didáticos, quando já tem conhecimento há uma década desta situação notificada por este blogger aos seus vários ombudsman e editores de ciência. O nome disso é jornalismo objetivo picareta. Muito pior é o MEC/SEMTEC/PNLEM que já sabe disso desde 2003.

Eis a relação de artigos apresentados naquela mesa-redonda:

As razões por que deve ocorrer uma profunda revisão teórica em evolução

Discussão de algumas fraquezas científicas em linhas de evidências usadas na abordagem das atuais teorias da evolução química e biológica em livros-texto de Biologia do ensino médio e superior

Os seguintes artigos fazem parte de uma lista de mais de 100 artigos científicos com revisão por pares publicados em revistas científicas especializadas que discutem as fraquezas científicas nas linhas de evidências usadas para defender a evolução química e biológica nos livros didáticos de Biologia do ensino médio.

A maioria dos autores (nem todos) defende a evolução neo-darwinista ou a origem química da vida, mas, apesar disso, seus argumentos contradizem aspectos fundamentais das teorias darwinianas ou químicas modernas, especialmente as visões apresentadas aos alunos nos livros-texto.

O fato de muitos desses cientistas apoiarem a evolução neodarwinista ou a evolução química, não nega o fato de que seus argumentos admitem a existência de fraquezas fundamentais em suas teorias.

Os artigos estão divididos em cinco seções, numerados abaixo com uma breve descrição das implicações negativas dessas pesquisas para a evolução química e biológica.

I – Origem da Vida

1. R. Shapiro, “A Simpler Origin for Life,” Scientific American (June, 2007).

Esta resenha na Scientific American critica muitas hipóteses importantes para a origem química natural da vida, incluindo a hipótese do mundo RNA e dos experimentos de Miller-Urey.

2. D. L. Abel and J. T. Trevors, “Self-organization vs. self-ordering events in life-origin models”, Physics of Life Reviews, Vol. 3:211–228 (2006).

Este artigo afirma que a linguagem e o código simbólico usados no sistema de vida da proteína do DNA não podem ser explicados por modelos de auto-organização de complexidade. Os autores afirmam: “evolutionary algorithms, neural nets, and cellular automata have not been shown to self-organize spontaneously into nontrivial functions.” [Os algoritmos evolucionários, as redes neurais, e os autômatos celulares não têm sido demonstrados como se auto-organizando espontaneamente em funções não triviais]

3. J.T. Trevors and D.L. Abel, “Chance and necessity do not explain the origin of life”, Cell Biology International, Vol. 28:729-739 (2004).

Este artigo argumenta que a natureza da dependência da linguagem da célula básica torna altamente improvável que tal sistema pudesse surgir por acaso e necessidade. Como os autores explicam, “New approaches to investigating the origin of the genetic code are required. The constraints of historical science are such that the origin of life may never be understood. Selection pressure cannot select nucleotides at the digital programming level where primary structures form. Genomes predetermine the phenotypes which natural selection only secondarily favors. Contentions that offer nothing more than long periods of time offer no mechanism of explanation for the derivation of genetic programming. No new information is provided by such tautologies. The argument simply says it happened. As such, it is nothing more than blind belief.” [São requeridas novas abordagens para se investigar a origem do código genético. As limitações da ciência histórica (NOTA DO BLOGGER: A biologia evolutiva é uma CIÊNCIA HISTÓRICA) são tais que a origem da vida pode nunca ser entendida. A pressão de seleção não pode selecionar nucleotídeos no nível de programação digital onde se formam as estruturas primárias. Os genomas predeterminam os fenótipos que a seleção natural favorece apenas secundariamente. As opiniões sustentadas que oferecem nada mais do que longos períodos de tempo não oferecem nenhum mecanismo de explicação para a derivação do código de programação genética. Nenhuma nova informação é fornecida com tais tautologias. O argumento simplesmente diz que aconteceu. [Como tal, nada mais é do que crença cega.]

4. E. Anders, “Pre-biotic organic matter from comets and asteroids”, Nature, Vol. 342:255-257 (November 16, 1989).

Este artigo mostra como a teoria dos tijolos construtores da vida chegaram na Terra via meteoritos ou cometas é improvável porque o material orgânico teria sido destruído durante a entrada na atmosfera e no impacto, e que os pesquisadores da origem da vida não devem esperar que os meteoritos pudessem ter trazido bastante material orgânico para a Terra primitiva. Como Anders explica, “organic matter cannot survive the extremely high temperatures (>104 K) reached on impact, which atomize the projectile and break all chemical bonds.” [“a material organic não pode sobreviver a temperaturas extremamente altas (>104 K) alcançadas no impacto, que pulverize o projétil e quebra todas as ligações químicas].

5. L. E. Orgel, “Self-organizing biochemical cycles”, Proceedings of the National Academy of Sciences USA, Vol. 9: 12503-12507 (November 7, 2000).

Este artigo, por aquele que foi o líder na pesquisa da origem da vida, Leslie Orgel, conclui que o DNA e o RNA são complexos demais de terem formado a primeira molécula fundamental da vida; algum outro precursor mais primitivo da vida é necessário. Orgel critica os cenários de auto-organização da matéria como sendo demasiadamente improváveis para gerar a complexidade de vida exigida.

6. L. E. Orgel, “The Origin of Life—A Review of Facts and Speculations”, Trends in Biochemical Science, Vol. 23 491-95 (1998).

Neste artigo, Leslie Orgel admite que os cientistas não sabem exatamente como ocorreu a origem da vida.

II – Embriologia e Desenvolvimento

1. S. J. Gould, “Abscheulich! (Atrocious!)”, Natural History (March, 2000).

O famoso paleontólogo Stephen Jay Gould descreve como que os desenhos dos embriões de Ernst Haeckel, famoso embriologista do século 19 tinham sido há muito tempo conhecidos como exageradamente inexatos. Gould criticou o uso amplo desses desenhos nos livros didáticos para promover a evolução.

2. M. Richardson et al., “There is no highly conserved embryonic stage in the vertebrates: implications for current theories of evolution and development”, Anatomy and Embryology, Vol. 196:91-106 (1997).

Este artigo pesquisa os embriões de vertebrados verdadeiros para expor que Ernst Haeckel falsificou seus dados, mas apesar disso seu desenho tem sido usado nos livros didáticos para promover a evolução. Os embriões verdadeiros pesquisados se desenvolvem bem diferentemente, e não têm o alto nível de semelhanças que são comumente afirmadas como apoiando a hipótese de ancestral comum.

3. J. Wells, “Haeckel’s Embryos and Evolution: Setting the Record Straight”, The American Biology Teacher, Vol. 61(5):345-349 (May, 1999).

Neste artigo de Jonathan Wells, biólogo molecular, no The American Biology Teacher discute o fato dos desenhos dos embriões de Haeckel terem exagerado fraudulentamente a evidência a favor da hipótese do ancestral comum, e que esses desenhos fraudados têm sido amplamente reproduzidos pelos livros-texto modernos.

III – Registro Fóssil

1. R. L. Carroll, “Towards a new evolutionary synthesis”, Trends in Ecology and Evolution, Vol. 15(1):27-32 (2000).

Este artigo de autoria do eminente biólogo evolucionista Robert L. Carroll foi publicado na influente publicação científica Trends in Ecology and Evolution. Carroll descreve como que os típicos modelos evolucionários da evolução são incapazes de explicar o surgimento abrupto de novas espécies no registro fóssil: “The most striking features of large-scale evolution are the extremely rapid divergence of lineages near the time of their origin, followed by long periods in which basic body plans and ways of life are retained. What is missing are the many intermediate forms hypothesized by Darwin, and the continual divergence of major lineages into the morphospace between distinct adaptive types.” [“As características mais surpreendentes da evolução de larga escala são as divergências de linhagens extremamente rápidas próxima do tempo de suas origens, seguidas por longos períodos nos quais os planos corporais básicos e modos de vida são retidos. O que falta são as muitas formas intermediárias hipotetizadas por Darwin, e a contínua divergência das principais linhagens no morfoespaço entre os tipos adaptivos distintos.”]

2. A. Cooper and R. Fortey, “Evolutionary explosions and the phylogenetic fuse”, Trends in Ecology and Evolution, Vol. 13(4):151-156 (April, 1998).

Este artigo discute um problema importante que a biologia evolutiva enfrenta hoje em dia: as muitas explosões de diversidade biológica encontradas na história da vida inclusive a Explosão Cambriana, uma explosão de mamíferos, e uma explosão de aves. Os autores admitem que essas explosões de vida não são bem compreendidas: “The processes taking place during these prolonged but obscure periods of evolutionary innovation are the next issue to be examined.” [“Os processos ocorrendo durante esses períodos longos mas obscuros de inovação evolutiva é a próxima questão a ser examinada.”]

3. S. J. Gould, “Evolution’s Erratic Pace”, Natural History (May, 1977).

Este artigo discute o fato que as formas transicionais comumente inexistem no registro fóssil. Gould afirmou: “The extreme rarity of transitional forms in the fossil record persists as the trade secret of paleontology. The evolutionary trees that adorn our textbooks have data only at the tips and nodes of their branches; the rest is inference, however reasonable, not the evidence of fossils.” [“A extrema raridade das formas transicionais no registro fóssil persiste como o negócio secreto da paleontologia. As árvores evolutivas que adornam nossos livros-texto têm dados somente nas extremidades e nódulos de seus ramos; o resto é inferência, embora razoável, não é a evidencia dos fósseis.”]

4. J. W. Valentine, D. Jablonski, D. H. Erwin, “Fossils, molecules and embryos: new perspectives on the Cambrian Explosion,” Development, Vol. 126:851-859 (1999).

Os autores deste artigo admitem o caráter da magnitude da Explosão Cambriana e o fato que os cientistas evolucionários não têm explicações de como que aconteceu. Eles também admitem conflitos dentro da hipótese do relógio molecular.

5. S. J. Gould, “Is a new and general theory of evolution emerging?”, Paleobiology, Vol. 6(1):119-130 (January, 1980).

Este artigo mostra como que os evolucionistas admitem o fato de que as formas intermedárias funcionais são difíceis de imaginar e de encontrar no registro fóssil: “The absence of fossil evidence for intermediary stages between major transitions in organic design, indeed our inability, even in our imagination, to construct functional intermediates in many cases, has been a persistent and nagging problem for gradualistic accounts of evolution.” [“A ausência de evidencia fóssil para estágios intermediários entre as principais transições em designs orgânicos, na verdade a nossa incapacidade, até mesmo em nossa imaginação, para construirmos intermediários funcionais em muitos casos, tem sido um problema persistente e preocupante para os relatos gradualistas de evolução.”]

6. R. A. Kerr, "Life’s Innovations Let It Diversify, at Least Up to a Point," Science, Vol. 321:24-25 (July 4, 2008).

Este artigo discute o fato de que a diversidade apareceu bem no início do registro fóssil e que a diversidade de invertebrados marinhos não aumentou com o tempo, de tal modo que “[s]omething has been constraining evolution and diversity for hundreds of millions of years.” [“alguma coisa tem limitado a evolução e a diversidade por centenas de milhões de anos.”] Isso contradiz a visão da evolução de baixo para cima que tem sido classicamente defendida e ensinada nas escolas, e também implica em certos limites para a evolução.

IV – Árvores Filogenéticas

1. T. Gura, “Bones, molecules, or Both?”, Nature, Vol. 406:230-233 (July 20, 2000).

Este artigo informa sobre o fato de as árvores filogenéticas baseadas em dados genéticos ou em biomoléculas frequentemente entram em conflito com as árvores filogenéticas baseadas em ossos ou outras estruturas características dos organismos. Isso significa que os dados não estão nos fornecendo um quadro bem nítido de ancestralidade comum, como o autor admite, “Evolutionary trees constructed by studying biological molecules often don’t resemble those drawn up from morphology.” [“As árvores evolucionárias construídas pelo estudo das moléculas biológicas frequentemente não se parecem com aquelas derivadas da morfologia.”]

2. M. J. Benton, "Finding the tree of life: matching phylogenetic trees to the fossil record through the 20th century," Proceedings of the Royal Society of London B., Vol. 268:2123-2130 (2001).

Os evolucionistas tentam construir a história evolutiva das espécies pela comparação dos seus genes e das estruturas corporais (frequentemente revelada pelos fósseis ou pela anatomia comparativa). O autor deste artigo concluiu que os novos dados genéticos geralmente entram em conflito com as noções de árvores filogenéticas baseadas em fósseis e outros dados. Isso implica que a hipótese de ancestral comum não está sendo validada por novos dados genéticos.

3. W. F. Doolittle, “Uprooting the Tree of Life”, Scientific American (February, 2000).

Este artigo informa que a base da “Árvore da Vida” não pode ser representada como uma árvore porque a distribuição dos genes não ocorre de modo tipo árvore. Doolittle afirmou, “there would never have been a single cell that could be called the last universal common ancestor.” [“nunca teria existido uma única célula que pudesse ser chamada de o último ancestral comum universal.”]

4. G. Glazko et al., "Eighty percent of proteins are different between humans and chimpanzees," Gene, Vol. 346:215-219 (2005).

Este artigo desafia o dogma comum das diferenças entre humanos-chimpanzés ao descobrir que por certas medidas, os humanos e os chimpanzés são diferente em torno de “80%”: “The early genome comparison by DNA hybridization techniques suggested a nucleotide difference of 1–2%. Recently, direct nucleotide sequencing confirmed this estimate. These findings generated the common belief that the human is extremely close to the chimpanzee at the genetic level. However, if one looks at proteins, which are mainly responsible for phenotypic differences, the picture is quite different, and about 80% of proteins are different between the two species.” [“A comparação inicial de genoma por técnicas de hibridização do DNA sugeriu uma diferença de nucleotídeo de 1–2%. Recentemente, sequenciamento direto de nucleotídeo confirmou este cálculo. Essas descobertas geraram a crença comum de que o humano é extremamente próximo do chimpanzé no nível genético. Contudo, se alguém considerar as proteínas, que são principalmente responsáveis pelas diferenças fenotípicas, o quadro é bem diferente, e cerca de 80% das proteínas são diferentes entre as duas espécies”].

5. S. C. Morris, “Evolution: Bringing Molecules into the Fold,” Cell, Vol. 100:1-11 (Jan. 7, 2000).

Neste artigo, Simon Conway Morris, um paleontólogo de renome, informa que nós conhecemos muito pouco sobre como que os processos evolutivos funcionam, e que as árvores filogenéticas baseadas sobre moléculas frequentemente entram em conflito uma com as outras, tornando difícil construir uma verdadeira Árvore da Vida. Ele afirmou: “When discussing organic evolution the only point of agreement seems to be: ‘It happened.’ Thereafter, there is little consensus, which at first sight must seem rather odd.... it may seem curmudgeonly, if not perverse, to even hint that our
understanding of evolutionary processes and mechanisms is incomplete. Yet this review has exactly that intention.” [“Quando discutindo a evolução organic o único ponto de concordância parece ser: ‘Aconteceu.’ Logo em seguida, há pouco consenso que, à primeira vista, parece bem estranho. ... pode parecer bem grosseiro, se não perverso, de até insinuar que o nosso entendimento dos processos e mecanismos evolucionários seja incompleto. Ainda assim, esta resenha tem justamente essa intenção.]

6. W. F. Doolittle and E. Bapteste, "Pattern pluralism and the Tree of Life hypothesis," Proceedings of the Biological Society of Washington USA, Vol. 104 (7):2043–2049 (February 13, 2007).

Este artigo defende que os dados fornecem um desafio bem forte às noções darwinianas tradicionais de descendência com modificação: “Darwin claimed that a unique inclusively hierarchical pattern of relationships between all organisms based on their similarities and differences [the Tree of Life (TOL)] was a fact of nature, for which evolution, and in particular a branching process of descent with modification, was the explanation. explanation. However, there is no independent evidence that the natural order is an inclusive hierarchy, and incorporation of prokaryotes into the TOL is especially problematic. The only data sets from which we might construct a universal hierarchy including prokaryotes, the sequences of genes, often disagree and can seldom be proven to agree. Hierarchical structure can always be imposed on or extracted from such data sets by algorithms designed to do so, but at its base the universal TOL rests on an unproven assumption about pattern that, given what we know
about process, is unlikely to be broadly true.” [“Darwin afirmou que um padrão de relações inclusivamente hierárquicas entre todos os organismos baseado em suas semelhanças e diferenças [a Árvore da Vida] era um fato da natureza, para o que a evolução, e em particular um processo de ramificação de descendência com modificação, era a explicação. Todavia, não existe evidência independente de que a ordem natural seja uma hierarquia inclusive e a incorporação de procariotos na Árvore da Vida é especialmente problemática.

As únicas séries de dados dos quais nós podemos construir uma hierarquia universal incluindo os procariotos, as sequências de genes, frequentemente discorda e podem raramente ser provadas concordes entre si. A estrutura hierárquica pode sempre ser imposta ou extraída de tais series de dados planejados para serem assim, mas na sua base a Árvore da Vida universal se apoia numa premissa não provada sobre padrão que, considerando-se o que nós conhecemos sobre o processo, é improvavelmente de ser amplamente verdadeira.”]

V – Seleção Natural e Mecanismos de Evolução

1. P. L. Skell, “Why do we invoke Darwin?”, The Scientist, Vol. 19(16):10 (August 29, 2005).

Skell é membro da National Academy of Sciences [Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos]. Ele discute que a teoria da evolução darwiniana é tão irrelevante para muito das pesquisas biológicas, e como que os biólogos, na maior parte, não dependem das ideias de Darwin para conduzirem suas pesquisas e trabalho. Skell concluiu: “Darwinian evolution—whatever its other virtues—does not provide a fruitful heuristic in experimental biology. This becomes especially clear when we compare it with a heuristic framework such as the atomic model, which opens up structural chemistry and leads to advances in the synthesis of a multitude of new molecules of practical benefit. None of this demonstrates that Darwinism is false. It does, however, mean that the claim that it is the cornerstone of modern experimental biology will be met with quiet skepticism from a growing number of scientists in fields where theories actually do serve as cornerstones for tangible breakthroughs.” [“A evolução darwiniana —quaisquer que sejam suas outras virtudes— não fornece uma heurística frutífera em biologia experimental. Isso se torna expecialmente nítido quando nós a comparamos com uma estrutura heurística como o modelo atômico, que abre avanços químicos estruturais e resulta em avanços na síntese de um grande número de novas moléculas de benefício prático. Nada disso demonstra que o darwinismo seja falso. Isso, todavia, significa que a afirmação de que seja a pedra angular da biologia experimental moderna vai ser encontrado com um ceticismo quieto de um
número crescente de cientistas em áreas onde as teorias realmente servem como pedras angulares de avanços tangíveis.”]

2. D. Erwin, “Macroevolution is more than repeated rounds of microevolution,” Evolution & Development, Vol. 2(2):78-84 (March/April, 2000).

Este artigo de Douglas Erwin, um eminente paleontólogo reconhece que os processos microevolutivos não são suficientes para explicar os padrões macroevolutivos, e sugere que mais pesquisas são necessárias para entendermos como que a macroevolução ocorre. O autor destaca: “Microevolution provides no satisfactory explanation for the extraordinary burst of novelty during the late Neoproterozoic-Cambrian radiation (Valentine et al. 1999; Knoll and Carroll 1999), nor the rapid production of novel plant a architectures associated with the origin of land plants during the Devonian
(Kendrick and Crane 1997), followed by the origination of most major insect groups (Labandeira and Sepkoski 1993). ” [“A microevolução não fornece explanação satisfatória para a extraordinária explosão de novidade durante a última parte da radiação neoproterózoica-cambriana (Valentine et al. 1999; Knoll and Carroll 1999), nem a produção rápida de novas arquiteturas de plantas associadas com a origem das plantas terrestres durante o período Devoniano (Kendrick and Crane 1997), seguida pela origem da maior parte dos grupos principais de insetos (Labandeira and Sepkoski 1993). ”]

3. G. L. Gabor Miklos, “Emergence of organizational complexities during metazoan evolution: perspectives from molecular biology, palaeontology and neo-Darwinism”, Mem. Ass. Australas. Palaeontols, Vol. 15: 7-41 (1993).

Este artigo de um importante biólogo evolucionista explica que as meras mudanças nas frequencias de genes (microevolução) são insuficientes para explicar a origem das características biológicas complexas como os planos corporais e outras inovações de grande escala (macroevolução).

4. B. M. R. Stadler et al., “The Topology of the Possible: Formal Spaces Underlying Patterns of Evolutionary Change,” Journal of Theoretical Biology, Vol. 213:241-274 (2001).

Este artigo reconhece que os mecanismos de evolução e de genética das populações comumente citados não explicam a mudança de grande escala e que os eventos importantes na história da vida podem estar perdidos para sempre e seja impossível reconstruí-los usando-se as explicações evolutivas dentro da genética.

5. K. Weiss, “We Hold These Truths to Be Self-Evident,” Evolutionary Anthropology, Vol. 10:199-203 (December 26, 2001).

Neste artigo, o autor reconhece as premissas sobre as quais a evolução darwiniana repousa e desafia os cientistas a pensarem criticamente e a não aceitar simples e cegamente as premissas da evolução. O autor informa que essas premissas são defendidas tão vigorosamente que “An evolutionary worldview is as fervently held by biologists today as were the prevailing views that evolution displaced.” [“Hoje, uma visão de mundo evolutiva é defendida tão fervorosamente por biólogos como foram defendidas as visões prevalecentes que a evolução desalojou.”]

6. A. M. Simons, "The continuity of microevolution and macroevolution," Journal of Evolutionary Biology, Vol. 15:688–701 (2002).

Este artigo reconhece vigorosamente um debate científico sobre se os processos microevolutivos podem explicar a macroevolução. O autor afirmou: “A persistent debate in evolutionary biology is one over the continuity of microevolution and macroevolution – whether macroevolutionary trends are governed by the principles of microevolution.” [“Um debate persistente em biologia evolutiva é um sobre a continuidade da microevolução e da macroevolução – se as tendências macroevolutivas são governadas pelos princípios da microevolução.”] Embora o autor creia que a disputa possa ser resolvida, ele admite que “The continuity of selective processes over microevolutionary and macroevolutionary time continues to be a source of disagreement in evolutionary biology (Sole´ et al., 1999; Erwin, 2000; Carroll, 2001; Plotnick & Sepkoski, 2001), one that Maynard Smith (1989) described as unsatisfactory.’ In dispute is whether the effects of selection operating over microevolutionary time, or at the population level, account for observed trends over macroevolutionary time.” [“A continuidade de processos seletivos ao longo do tempo microevolutivo e macroevolutivo continua a ser uma fonte de discórdia em biologia evolutiva (Sole´ et al., 1999; Erwin, 2000; Carroll, 2001; Plotnick & Sepkoski, 2001), uma que Maynard Smith (1989) descreveu como ‘insatisfatória.’ Na disputa é se os efeitos da seleção operando ao longo do tempo microevolutivo, ou em nível populacional, explicar as tendências observadas ao longo do tempo macroevolutivo.”]

+++++

NOTA IMPERTINENTE DESTE BLOGGER:

Srs. autores de livros didáticos de biologia do ensino médio e superior: não dá mais para abordar o fato, Fato, FATO da evolução do jeito que os Srs. abordam em seus livros até aqui. O nome que dou para isso é desonestidade acadêmica. Se quiserem me processar por danos morais, me processem. Darwin vai junto comigo. Se não processarem, os Srs. estão me dando razão científica publicamente de que seus livros não refletem o atual estágio de conhecimento científico sobre esta importante questão: a origem e evolução da vida.

MEC/SEMTEC/PNLEM, os Srs. não podem mais compactuar com esta abordagem desatualizada da evolução em nossos livros didáticos. Aprová-los, é endossar um verdadeiro 171 heurístico que não cabe em ciência: a ciência é a busca pela verdade. Ciência e mentira não podem andar de mãos dadas. Que tal a gente se ver numa audiência pública na Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados?

Exmo. Sr. Ministro da Educação: Vossa Excelência não pode compactuar com este estado de coisas na área de Biologia. Não querer enfrentar isso no seu Ministério é confessar que V. Excia. compactua com este 171 pseudocientífico.

A gente se vê em Brasília numa audiência pública na Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados???