To be a monkey or not to be a monkey: A dúvida epistêmica escatológica e cruel de Darwin

quinta-feira, março 05, 2009

Segundo a teoria da evolução de Darwin, as mentes humanas evoluíram ao longo do tempo. Mas essa faculdade humana pode ser confiável na produção de conhecimento verdadeiro sobre a realidade? Mesmo que seja conhecimento teórico?

Esta era a dúvida epistêmica escatológica e cruel de Darwin, e ele assim expressou suas reservas quanto à evolução da mente humana:



“Comigo, a dúvida horrível sempre surge se as convicções da mente do homem, que se desenvolveu da mente de animais inferiores, sejam de algum valor ou sejam totalmente confiáveis. Alguém confiaria nas convicções da mente de um macaco se houver convicções em tal mente?” [1]



Razão? As próprias convicções de Darwin sobre a teoria da evolução através da seleção natural exaradas no “Origem das Espécies” estariam nesse imbróglio epistemológico: como confiar na mente evoluída de animais inferiores?

To be a monkey or not to be a monkey, that’s the question! E Darwin ficou na dúvida em 1881 com respeito à sua teoria publicada em 1859.

NOTA:

1. Charles Darwin to W. Graham, July 3, 1881, in The Life and Letters of Charles Darwin, ed. Francis Darwin (1897; reproduction, Boston, Elibron, 2005, I:285. “With me the horrid doubt always arise whether the convictions of man’s mind, which has been developed from the mind of the lower animals, are of any value or at all trustworthy. Would any one trust in the convictions of a monkey’s mind if there are any convictions in such mind?”