Recado para a Rede Globo: sobre Darwin o povo não é mais bobo como vocês imaginam

terça-feira, janeiro 27, 2009

Globo News exibe série especial em homenagem aos 200 anos de Darwin
26/01/09

ADNEWS São Paulo 27/01/2009 - 14:55

No ano em que comemoram-se os 200 anos do nascimento do britânico Charles Robert Darwin, a ‘Globo News’ prepara uma série especial sobre o naturalista, suas teorias e todos os impactos que elas trouxeram para a humanidade. O especial estreia nesta quarta-feira, dia 28 de janeiro, às 23h30, e será dividido em quatro episódios.

O primeiro apresenta a história pessoal de Darwin. Serão mostrados a infância e a família, os estudos iniciais, os mentores e a famosa viagem a bordo do navio Beagle. Durante a expedição de quase cinco anos, Darwin esteve na Bahia, no Rio de Janeiro e em Fernando de Noronha. Depois foi até as ilhas Galápagos, no Equador, onde coletou vários dados e amostras de pequenas espécies, que contribuíram na construção de sua nova teoria. Em seguida, Darwin retornou para a Inglaterra para documentar os resultados e as conclusões das pesquisas feitas durante o tempo em que esteve fora.

Apesar de ter certeza da veracidade de seus estudos [SIC ULTRA PLUS 1: Darwin não tinha esta ‘certeza da veracidade de seus estudos’], Darwin passou 22 anos escrevendo. Ele estava apreensivo, pois sabia o vendaval que sua teoria iria causar na sociedade da época [SIC ULTRA PLUS 2: a apreensão de Darwin era mais como sua teoria seria recebida pela comunidade científica. A idéia de transformismo já era comum na Inglaterra e na Europa muito antes de Darwin. Ele temia que seu livro tivesse a mesma recepção que teve o “Vestiges of Creation”]. No segundo episódio do especial, será resgatada a figura de Alfred Wallace, o responsável por incentivá-lo a publicar seus estudos. Wallace, apesar de nunca ter falado com Darwin, depois de um tempo de viagens, chegou às mesmas conclusões que ele. Em 1858, escreveu uma carta ao naturalista com a idéia da seleção natural para explicar como surgem as novas espécies de plantas e de animais. Darwin, que ainda não havia divulgado nada sobre a teoria, ficou muito surpreso e concordou em finalmente publicar o trabalho e um livro, que foi um sucesso de vendas.

O segundo episódio também mostra como as teorias de Darwin causaram um grande impacto na época [SIC ULRA PLUS 3: não causaram e a historiografia registra isso. Até na Sociedade Linneana onde os trabalhos de Wallace (superior em conteúdo) e de Darwin (inferior de conteúdo) foram apresentados, o presidente disse que nada de interessante tinha acontecido]. As pessoas inicialmente rejeitavam as novas ideias e a Igreja Católica [SIC ULTRA PLUS 4: a igreja dominante na Inglaterra era a Igreja Anglicana] achava tudo aquilo um absurdo, já que a nova teoria negava o Criacionismo, em que Deus é o Criador de todas as espécies. Isso sem contar que até mesmo a comunidade científica se dividia nas opiniões. Apenas quando o gene é descoberto, no início do século XX, a teoria de Darwin é finalmente aceita pela comunidade científica. Em entrevista ao programa, o geneticista Sérgio Danilo Pena, da Universidade Federal de Minas Gerais, defende a importância dos estudos de Darwin. “Sem ele, talvez não tivéssemos as terapias genéticas e os tratamentos com células-troncos que adotamos hoje, por exemplo”, destaca o geneticista. [SIC ULTRA PLUS 5: Discordo polidamente do evolucionista que mais admiro no Brasil, mas a maior e única contribuição científica que Darwin deu para a medicina foi a eugenia. Nada mais. A medicina já era praticada muito antes de Darwin].

O terceiro episódio da série é focado na teoria criacionista. O repórter Marcos Uchôa fez uma visita ao Museu do Criacionismo, nos Estados Unidos, onde está exposta toda a história do surgimento do ser humano de acordo com a Bíblia e as teorias religiosas. O museu, criado em 2007, nega a teoria da Evolução de Darwin e defende que o mundo foi criado segundo o que diz a Bíblia. [SIC ULTRA PLUS 6: a questão hoje em dia não é se as especulações transformistas de Darwin contestam os relatos de criação de concepções religiosas, mas se as evidências encontradas na natureza apóiam as suas teses. Não apóiam, pois uma nova teoria da evolução — a Síntese Evolutiva Ampliada — dizem, não será selecionista]

Para o último episódio do programa, preparou-se uma brincadeira. Vários estudiosos - médicos, biólogos, filósofos e cientistas - dão sua opinião a respeito do futuro da teoria evolucionista de Darwin.

Será que um dia a teoria dele será derrubada por uma nova ou continuará valendo para sempre? Será que o homem ainda vai evoluir e se tornar muito diferente do que é hoje? [SIC ULTRA PLUS 7: não existe Theoria perennis em ciência. Darwin já foi suplantado nos anos 30 e 40 do século XX e será muito mais ainda suplantado no século XXI. A biologia é uma ciência de informação, e não adianta adotar a síndrome de avestruz — enfiar a cabeça na terra diante do perigo, pois em ciência o que manda são as evidências e não as teorias. E as evidências estão dizendo um sonoro NÃO para as especulações de Darwin].

Há aqueles que acreditam que o homem terá ainda que se adaptar às novas condições da natureza , como o economista Sérgio Besserman. Já o geneticista Sergio Danilo Pena acredita que o homem já está pronto. “Do ponto de vista biológico não evoluímos há milhões de anos, não vamos evoluir mais”, destaca. Segundo Sérgio Danilo, para a espécie humana, a evolução ultrapassa a ciência e chega na cultura também. “O que vivemos hoje é um tipo de evolução cultural, onde as ideias mais fortes tendem a sobreviver, extinguindo as mais fracas e menos aptas. A evolução cultural é mais acelerada que a biológica e é ela que nos faz escolher entre DVDs ou fitas VHS, por exemplo”, defende Sérgio.

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NOTA IMPERTINENTE DESTE BLOGGER:

Alguém já leu alguma linha criticando Darwin em Pindorama? É que a Grande Mídia Tupiniquim vive uma relação incestuosa com a Nomenklatura científica: “O que Darwin tem de bom, a gente mostra; o que Darwin tem de ruim, a gente esconde”.