Tal pai, tal filho? Nem sempre, diz nova pesquisa

sexta-feira, novembro 07, 2008

O caso da herança perdida

A revista Nature, vol. 456, p. 18-21, de 06/11/2008, traz um artigo de Brendam Maher sobre a herança genética perdida. Eu li algumas coisas nas entrelinhas que comento no final.

Quando os cientistas abriram o genoma humano, eles esperavam descobrir os componentes genéticos dos traços e das doenças comuns. Seria a Idade de Ouro da Genética, pois muitas doenças hereditárias seriam combatidas e até curadas com essas descobertas. Mas aqueles componentes genéticos dos traços e das doenças não estavam em lugar nenhum para serem vistos. Como justificar agora os US$ 3 bilhões que foram gastos no Projeto Genoma e os outros milhões de dólares gastos sobre as variações humanas?



Craig Venter, que liderou as pesquisas do Projeto Genoma (empreendimento privado) juntamente com Francis Collins (empreendimento governamental) disse por ocasião do seqüenciamento do genoma humano: “We know bullshit of Biology”. Traduzindo em graúdos: “Nós não sabemos titica de Biologia”. Devido à informação biológica complexa especificada encontrada no genoma humano, mais uma “nota promissória” da Nomenklatura científica não será resgatada tão brevemente: a terapia genômica.

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PERGUNTAS IMPERTINENTES DESTE BLOGGER:

Gente, eu estou levando as conclusões desta pesquisa para outro campo científico: o contexto da justificação teórica. Como é que fica agora a suposta robustez epistêmica do neodarwinismo (a incorporação da genética mendeliana), “upgrade” salvador do darwinismo que corroborava finalmente o fato, Fato, FATO da evolução naquele contexto, se Craig Venter chegou à conclusão de que nós nada sabemos de Biologia? E os resultados desta pesquisa sobre a herança dos traços genéticos dizem o quê?

Ué, mas Darwin, aquele da “maior idéia que a humanidade já teve” [esse Dennett, é impossível] não tinha nos tirado das “trevas epistêmicas” na Biologia já no século XIX? Se com essas pesquisas genômicas parte das leis de Mendel foi falseada, o neodarwinismo não foi também falseado? Efeito dominó popperiano???

Como é que fizemos pesquisas em Biologia no século XX? No vácuo epistêmico de uma teoria “vazia” de capacidade heurística? Como, se a ciência aborrece o “vácuo epistêmico”? Menos Darwin. Tutti cosa nostra, capice?

E ainda dizem que a teoria geral da evolução é o fundamento da Biologia. Tudo indica que o alicerce está sobre areias movediças. Desde 1859. Traduzindo em graúdos: o Neodarwinismo, como teoria científica, deu chabú. E a Nomenklatura científica já sabia disso em 1980, mas continuou engabelando os alunos do ensino médio por quase três décadas com o aval do MEC/SEMTEC/PNLEM. Tenho amigos lá, que hoje me viram o rosto, mal falam comigo, se sentem mal com a minha presença em conferências, e nem querem ser vistos do meu lado em público... Sont les choses de la vie, chérie! Quem está na chuva é pra se queimar!

Não venham dizer agora que nada sabiam, pois este “simples professorzinho do ensino médio” ficou sabendo disso em 1998 fuçando na literatura especializada de fácil acesso à comunidade científica. Já era tempo de se fazer alguma mudança, mas eles ficaram em silêncio. Um silêncio agora que se mostra extremamente comprometedor. Foram apanhados com a mão na cumbuca. Em descompasso com a verdade científica das evidências. Traduzindo em graúdos: desonestidade acadêmica. Crime de lesa cidadania e de formação acadêmica: o direito à informação científica atualizada!

Che, que venga la nueva teoria da evolução: a Síntese Evolutiva Ampliada, que por esta e outras razões científicas, contrariando a Darwin, não será selecionista.

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Para ler mais o artigo sobre a herança perdida, de Brendam Maher, na revista Nature, vol. 456, p. 18-21, de 06/11/2008, faça o download do PDF [1.40 MB] gratuito aqui.