Corrigindo a National Academy of Sciences sobre o Design Inteligente — Parte 1 de 3

segunda-feira, janeiro 21, 2008

Esta série deve ser lida à luz do ‘silêncio pétreo’ da Nomenklatura científica e da falta de objetividade jornalística da Grande Mídia que têm violado os direitos humanos de toda a sociedade brasileira ter acesso a informações científicas sobre as insuficiências epistêmicas fundamentais das atuais teorias da origem e evolução do universo e da vida no contexto de justificação teórica.

A ciência não pode andar de mãos dadas com a mentira! (Shimon Perez, ex-primeiro-ministro de Israel)

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Os fatos sobre o Design Inteligente: uma resposta ao livro Science, Evolution, and Creationism da National Academy of Science
Por Casey Luskin, casey@ideacenter.org

Versão 1.0. Copyright © 2008. Permissão para ser reproduzido gratuitamente para fins educativos.

Introdução

Uma pesquisa de opinião de 1982 revelou que somente 9% dos americanos acreditam que os seres humanos se desenvolveram através de processos evolucionários puramente naturais. Dois anos mais tarde, a NAS [National Academy of Sciences – Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos] lançou o seu primeiro livreto Science and Creationism [Ciência e criacionismo}, afirmando que a ciência e a religião ocupam “áreas separadas e mutuamente exclusivas.”[1] O ceticismo do público da evolução permaneceu alto — uma pesquisa de opinião de 1993 mostrou que apenas 11% dos americanos acreditavam que os seres humanos se desenvolveram através de processos evolutivos estritamente naturais.

Em 1999 a lançou a segunda versão do Science and Creationism, reafirmando novamente ao público que “a ciência e a religião ocupam duas áreas separadas.”[2] O ceticismo público ainda permanece alto — uma pesquisa de opinião pública de 2004 revelou que somente 13% dos americanos acreditam que os seres humanos se desenvolveram através de processos evolucionários estritamente naturais, e uma pesquisa de opinião Zogby de 2006 revelou que cerca de 70% dos americanos apóiam incluir a crítica científica da evolução no currículo da escola pública.

Temendo o ceticismo obstinado do público da evolução, a NAS agora lançou outro edito ex cathedra promovendo a informação errada sobre o Design Inteligente (DI), e os blefes acerca do status científico da evolução darwiniana. O que se segue é uma discussão de alguns dos erros no livreto Science, Evolution, and Creationism [Ciência, evolução e criacionismo].

A NAS exagera a importância científica da evolução.

Com uma foto de um filhote de chimpanzé fofinho na sua capa, o novo livreto da NAS, Science, Evolution, and Creationism afirma, “A biologia evolutiva tem sido e continua sendo a pedra angular da ciência moderna.” Esta declaração extensa não fala por todos os membros da NAS. Conforme Philip Skell, membro da NAS, escreveu na revista The Scientist em 2005:

“A evolução darwiniana — quaisquer que sejam suas outras virtudes — não fornece uma heurística frutífera na biologia experimental. Isso se torna especialmente claro quando nós a comparamos com uma estrutura heurística como o modelo atômico, que revela a química estrutural e conduz a avanços na síntese de um grande número de novas moléculas de benefício prático. Nada disso demonstra que o darwinismo é falso. Isso, contudo, significa que a afirmação de que [a evolução] é a pedra angular da biologia experimental moderna irá se deparar com o ceticismo quieto de um crescente número de cientistas em áreas em que as teorias realmente servem de pedra angular para descobertas importantes tangíveis.”[3]

Alguns biólogos evolutivos também iriam discordar com as afirmações da NAS no seu novo livreto de que a evolução tem fornecido muitos benefícios agrícolas, medicinais, ou outros benefícios comerciais para a sociedade. Como o biólogo evolucionista Jerry Coyne admitiu na revista científica Nature, “a melhora nas colheitas de plantas e de animais ocorreu muito antes que nós conhecêssemos alguma coisa sobre a evolução, e surgiu com as pessoas seguindo o princípio genético de “semelhante gera semelhante.”[4]

Mesmo quanto tenta combater a resistência antibiótica, a teoria de Darwin fornece pouca direção. Como Michael Engnor, professor de neurocirurgia da SUNY [State University of New York]relembra, “O darwinismo nos diz que … as bactérias sobrevivem aos antibióticos que elas não são sensíveis, de modo que as bactérias que não morreram irão, eventualmente, suplantar as bactérias mortas. É só isso.” [5] Provavelmente por esta razão que Coyne admitiu à revista científica Nature que “se a verdade for dita, a evolução não tem produzido muitos benefícios práticos ou comerciais. Sim, as bactérias desenvolvem gradualmente a resistência à droga, e sim, nós devemos tomar medidas contrárias, mas, além disso, não há muito que dizer.” [6] Para criar realmente drogas que possam derrotar as bactérias evoluídas ou as células cancerígenas, os pesquisadores biomédicos devem utilizar um processo de design inteligente.

A NAS eleva acientificamente a evolução ao status de dogma inquestionável.

A NAS define a evolução como sendo evolução através da seleção natural, e afirma que “não há nenhuma controvérsia científica sobre os fatos básicos da evolução,” afirmando que a evolução “é tão bem estabelecida que nenhuma nova evidência irá alterá-la”. Fazendo assim, a NAS trata a evolução neodarwinista como um dogma inquestionável, e não como uma ciência. Tais afirmações da NAS são perigosas porque elas ameaçam o prestígio da NAS como uma voz objetiva e confiável aconselhando a sociedade.

Além disso, a afirmação da NAS de que não há nenhuma controvérsia sobre a evolução é um blefe, pois há dissensão científica significante da visão da evolução através da seleção natural. A eminente bióloga Lynn Margulis, que se opõe ao DI, critica o mecanismo darwinista padrão declarando que “a afirmação darwiniana para explicar toda a evolução é uma meia-verdade popular cuja falta de poder explicativo é compensada somente pela ferocidade religiosa de sua retórica.”[7] Ela ainda destaca que “as novas mutações não criam novas espécies; elas criam uma geração que é deteriorada.”[8] Em 2001, o bioquímico Franklin Harold admitiu numa monografia publicada pela Oxford University Press que “não existem presentemente relatos darwinianos detalhados da evolução de qualquer sistema bioquímico ou celular, somente uma variedade de especulações desejosas que fosse realidade.”[9] Outros cientistas foram além disso.

Mais de 700 cientistas com Ph. D. [N. do Blogger: Nesta lista há vários cientistas brasileiros de universidades públicas] assinaram uma declaração pública ] afirmando seu assentimento de que eles “são céticos das afirmações da capacidade da mutação aleatória e da seleção natural serem responsáveis pela complexidade da vida.”[10] Mas o que esses cientistas devem fazer quando a principal organização científica dos Estados Unidos proclama que a evolução é tão inquestionável quanto a existência de átomos ou do modelo heliocêntrico do sistema solar? Claramente as afirmações da NAS ameaçam a liberdade acadêmica dos cientistas em serem dissidentes da evolução neodarwinista.

Semelhantemente a NAS recomenda que os educadores de ciência adotem uma posição dogmática no ensino da evolução, opondo-se aos “pedidos de introdução da ‘análise crítica’ em aulas de ciência,” afirmando que “o pedido do movimento do Design Inteligente para ‘ensinar a controvérsia’ não tem fundamentação.” Mas muitos educadores de ciência já leram a discordância científica sobre o neodarwinismo, e não podem assim aceitar o blefe da NAS de que “não existe nenhuma controvérsia científica” sobre a evolução. O que tais educadores devem fazer quando a principal organização científica dos Estados Unidos diz para eles que a evolução não deve ser questionada na sala de aula? As afirmações da NAS ameaçam esfriar a liberdade acadêmica dos professores ensinarem aos alunos sobre a dissensão científica do darwinismo. Tristemente, isso somente servirá para perpetuar o declínio da educação americana em ciência.

A história da ciência mostra que os cientistas freqüentemente derrubam idéias que uma vez foram aceitas como sendo fatos provados. Se o neodarwinismo for abandonado, a história vai considerar este documento da NAS como obstruindo o progresso da ciência e da educação por se opor ao pensamento crítico sobre a evolução.

A NAS deturpa os fatos sobre o status da pesquisa da origem da vida.

Na sua edição anterior do Science and Creationism (2a. ed., 1999) [11] a NAS fez a espalhafatosamente falsa asserção de que “muitos caminhos [são conhecidos que] podem ter seguido na produção das primeiras células.” Apesar disso, os cientistas nunca criaram vida no laboratório, muito menos terem descoberto quaisquer caminhos plausíveis através dos quais as células possam ter se originado sob condições imitando as condições naturais sobre a Terra primitiva. Embora seja encorajador ver que a NAS removeu a falsa afirmação de sua última edição do livro Science, Evolution and Creationism, a NAS ainda exagera drasticamente na afirmação do sucesso dos cientistas tentando explicar a origem química natural da vida.

No livreto Science, Evolution, and Creationism, a NAS assevera que “os pesquisadores têm desenvolvido hipóteses de como organismos auto-replicantes poderiam se formar e começar a evoluir, e que eles testaram a plausibilidade dessas hipóteses nos laboratórios.” Embora aquela declaração seja tecnicamente verdade num nível extremamente raso, a NAS obscurece o fato que os cientistas estão muito longe do que qualquer coisa remotamente próxima de uma explicação completamente plausível da origem química da vida. Como o escritor científico Gregg Easterbrook resumiu a questão recentemente, “O que cria a vida a partir de compostos químicos inanimados que se constituem as coisas vivas? Ninguém sabe. Como foram formados os primeiros organismos? A natureza não nos tem dado a pista mais insignificante. Se alguma coisa, o mistério tem se aprofundado ao longo do tempo.” [12]

A segunda deturpação da NAS é encontrada na afirmação de que “centenas de experiências em laboratórios têm demonstrado que os elementos químicos mais simples da Terra, inclusive a água e gases vulcânicos, poderiam ter reagido para formarem muitos dos blocos moleculares construtores da vida, inclusive as moléculas que produzem as proteínas, o DNA, e as membranas celulares.” Esta afirmação é enganadora porque a maioria daquelas experiências usou gases e compostos químicos que não são considerados como tendo existido na Terra primitiva. Quando a água e gases vulcânicos são usados em tais experiências tentando sintetizar os blocos pré-bióticos construtores da vida, virtualmente não são geradas moléculas biológicas precursoras. É tão drástica a evidência contra a síntese pré-biótica dos monômeros biológicos que em 1990 o Space Studies Board do National Research Council recomendou que os cientistas da origem da vida empreendessem um “reexame da síntese biológica dos monômeros sob ambientes tipo Terra primitiva, conforme revelado nos atuais modelos da Terra primeva.”[13]

Produzir os precursores pré-biológicos para a vida é somente o começo do problema para os pesquisadores da origem da vida, como Stanley Miller admitiu uma vez que “produzir compostos químicos e produzir vida são duas coisas diferentes.”[14] Quando tentarem “produzir” a primeira forma de vida, os cientistas não podem se apoiar em processos darwinistas. A evolução darwiniana requer replicação, e antes da origem da vida não havia replicação. O teórico da origem da vida Robert Shapiro explica que uma explicação para a primeira molécula auto-replicadora “ainda não foi descrita ou demonstrada em detalhes” mas “é assumida na filosofia do materialismo dialético.”[15]

Dar a razão da origem da molécula auto-replicadora ainda não explicaria como que as células modernas surgiram. O nosso código de DNA precisa de um sistema complexo irredutível exigindo a informação no DNA, as enzimas que ajudam na replicação e proteção do DNA, precisam de uma parede celular protetora, e de uma maquinaria de sistema complexo usado na transcrição e tradução da língua do DNA em proteína. Deparando com a complexidade deste sistema, o biólogo Frank Salisbury lamentou em 1971 que “todo o sistema deve surgir como uma unidade, ou é inútil. Pode haver saídas para este dilema, mas eu não as vejo no momento.” [16] Em 1995, os eminentes biólogos John Maynard Smith (já falecido) e Eors Szathmary explicaram que explicar a origem desse sistema permanece “talvez o problema mais perplexo na biologia evolutiva” porque “a maquinaria de tradução existente é ao mesmo tempo tão complexa, tão universal, e tão essencial que é difícil de ver como que isso passou a existir ou como que a vida poderia ter existido sem isso.”[17]

Nós já sabemos ao estudarmos a inteligência humana que a linguagem e a informação codificada — propriedades fundamentais para a vida — vêm de agentes inteligentes. Um cientista escreveu numa importante publicação científica que “acaso e necessidade não podem explicar os sistemas de sinais, o significado, o propósito, e os objetivos,” e já que “a mente possui outras propriedades que não tem essas limitações,” é, “portanto muito natural que muitos cientistas acreditem que a vida é antes um subsistema de alguma Mente muito maior do que os humanos.” [18] A informação especificada e complexa baseada em linguagem contida no DNA é exatamente o tipo de código ou linguagem que Stephen C. Meyer reconhece, “invariavelmente se origina de uma fonte inteligente, de uma mente, de um agente pessoal.” [19] Os proponentes do Design vêm a incrível quantidade de informação complexa e especificada codificada baseada na linguagem no DNA testificando que um programador esteve envolvido na origem da vida.

A NAS se recusa em considerar a possibilidade de design, e somente admite de má vontade que existem mistérios não resolvidos sobre a origem da vida. Mas a estratégia da NAS não é encorajar o ceticismo científico, mas antes encorajar o leitor a ter fé que a ciência solucionará esses problemas, como eles escrevem: “A história da ciência mostra que até perguntas muito difíceis tais como a vida se originou podem se tornar passível de solução como resultado de avanços na teoria, o desenvolvimento de nova instrumentação, e a descoberta de novos fatos.” Tal afirmação encoraja os leitores a ter fé no poder da ciência em vez de simplesmente reconhecer que existem questões não resolvidas sobre a origem da vida. Na verdade, a história da ciência também mostra que os cientistas freqüentemente se apegam a más teorias apesar de dados contrários. Talvez um dia a história vá considerar os cientistas que afirmaram que a vida surgiu via processos não inteligentes como se apegando a idéias por razões filosóficas em vez de seguirem a evidência aonde ela for dar — em direção ao design inteligente.

[N. do Blogger: A X São Paulo Research Conferences sobre as “Origens da Vida” será realizada na USP de 19-21 de junho de 2008.

Naquele evento de 2008, cientistas e outros pesquisadores, até mitologistas, secularistas e metafísicos presumo, vão tentar resolve o maior de todos os problemas científicos até hoje não resolvido: explicar cientificamente a origem da vida procariótica, especialmente do seu aparato de síntese das proteínas baseadas no DNA. Vide blog sobre a conferência sobre este mistério dos mistérios].

Referências Citadas:

[1] Science and Creationism: A View from the National Academy of Sciences, 1st edition, 1984.

[2] Science and Creationism: A View from the National Academy of Sciences, 2nd edition, 1999.

[3] Philip Skell, “Why Do We Invoke Darwin? Evolutionary theory contributes little to experimental biology,” The Scientist (August 29, 2005)

[4] Jerry Coyne, "Selling Darwin: Does it matter whether evolution has any commercial applications?," reviewing The Evolving World: Evolution in Everyday Life by David P. Mindell, in Nature, Vol 442:983-984 (August 31, 2006).

[5] Michael Egnor, “Quick, Nurse, Give the Patient a Tautology!,”

[6] Coyne (2006).

[7] Lynn Margulis and Dorion Sagan, Acquiring Genomes: A Theory of the Origins of the Species, pg. 29 (Basic Books, 2003).

[8] Lynn Margulis quoted in Darry Madden, "UMass Scientist to Lead Debate on Evolutionary Theory," Brattleboro (Vt.) Reformer (Feb 3, 2006).

[9] Franklin M. Harold, The Way of the Cell: Molecules, Organisms and the Order of Life, pg. 205 (Oxford University Press, 2001).

[10] See "A Scientific Dissent from Darwinism,"

[11] Para uma crítica daquele documento, vide Casey Luskin, "A Critical Analysis of Science and Creationism: A View from the National Academy of Sciences (2nd. ed),"

[12] Gregg Easterbrook, “Where did life come from?,” Wired Magazine, pg. 108 (February, 2007).

[13] National Research Council Space Studies Board, The Search for Life's Origins (National Academy Press: Washington D.C., 1990).

[14] Declarações feitas por Stanley Miller numa palestra dada por ele no seminário de Origens da Vida na UCSD em 19 de janeiro de 1999.

[15] Robert Shapiro, Origins: A Skeptics Guide to the Creation of Life on Earth, pg 207 (Summit Books, 1986).

[16] Frank B. Salisbury, "Doubts about the Modern Synthetic Theory of Evolution," pg. 338, American Biology Teacher (September, 1971).

[17] John Maynard Smith and Eors Szathmary, The Major Transitions in Evolution, pg. 81 (W.H. Freeman, 1995).

[18] Øyvind Albert Voie, “Biological function and the genetic code are interdependent,” Chaos, Solitons and Fractals 28.4 (2006): 1000–4.

[19] Stephen C. Meyer, “The Origin of Biological Information and the Higher Taxonomic Categories,” Proceedings of the Biological Society of Washington 117.2 (2004): 213–29.