Sean Carroll: uma resenha que vai sair pela culatra da Nomenklatura científica

sábado, junho 09, 2007

Estranho, muito estranho, mal saiu o livro do Michael Behe The Edge of Evolution: The Search for the Limits of Darwinism, e já está recebendo “chumbo grosso” da Nomenklatura científica. Como dizia o saudoso Vicente Matheus, presidente do nosso glorioso Corinthians − “Quem está na chuva é pra se queimar!”. Vamos lá ver o que os guarda-cancelas de Darwin têm a dizer sobre este novo livro sobre as limitações do darwinismo. Entremeei meus comentários no pequeno texto do meu amigo David Tyler. Ouso fazer uma predição aqui: a revista Science não vai dar o direito de resposta ao Behe. É que os darwinistas são useiros e vezeiros nisso: não existe verdade além de Darwin...

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A ciência e a busca pelos limites do darwinismo

06/09/07
Por David Tyler 08:51:44 am,

O livro de Michael Behe [The Edge of Evolution: The Search for the Limits of Darwinism − Nota deste blogger: Mariana Zahar, coragem, publique este livro!] sequência do A Caixa Preta de Darwin [Rio de Janeiro, Zahar, 1997] apareceu esta semana, e a ocasião foi marcada por uma resenha sarcástica na revista científica Science, de autoria de Sean Carroll.

O resenhista começa dizendo que a sua experiência ao ler o livro lembrou as palavras de Thomas Huxley durante o debate de 1860 com [o bispo] Samuel Wilberforce: “O Senhor o entregou em minhas mãos.” Ele estende isso com este comentário: “Behe faz uma nova série de afirmações explícitas sobre os limites da evolução darwiniana, afirmações que são tão pobremente concebidas, e rapidamente despachadas que ao enunciá-los, inadvertidamente, ele fez um grande favor para os seus críticos.”

Infelizmente para Carroll [Nota deste blogger: Carroll e a maioria dos cientistas deveriam saber um pouquinho mais de História da Ciência], as palavras atribuídas a Huxley foram desconhecidas por pelo menos 30 anos após o evento. Elas provavelmente foram uma invenção retrospectiva para promover os objetivos dos que estavam tentando representar qualquer questionamento do darwinismo como anticiência. É triste dizer isso, Carroll continua em afirmar a tese de conflito [religião vs. ciência] nesta resenha, descrevendo Behe como escrevendo para “vários tipos de criacionistas”, chamando a atenção para decisões legais declarando o DI como sendo um conceito religioso [Nota deste blogger: Carroll, cara, você envergonha a ciência, desde quando é a Justiça que estabelece o que é ciência? Eu pensei que fossem as evidências...], e mais.

Leitores de Carroll irão aprender muito pouco sobre o que realmente é encontrado no livro de Behe. Este trecho [da resenha] abrange o muito que ele [Carroll] tem a dizer: “Behe também explora alguns exemplos de evolução darwiniana a nível molecular, inclusive um tratamento extensivo do “conflito de trincheira” evolutivo combatido entre os humanos e os parasitas da malária ao longo dos milênios − tudo no contexto do que a evolução darwiniana “pode fazer”. E daí, qual é o problema? O problema é que Behe declara o que a evolução darwiniana não pode fazer: produzir mudanças mais “complexas do que aquelas que capacitaram os humanos a combater a malária ou permitir que os parasitas da malária fujam dos remédios que nós lançamos contra eles. O argumento principal de Behe se apóia na afirmação de que duas ou mais mutações simultâneas são necessárias para o aumento de complexidade biológica, e que tais mutações estão, exceto em raras circunstâncias, além do limite da evolução. Ele [Carroll] conclui que “a maioria das mutações que constrói as grandes estruturas da vida deve ter sido não aleatória.” Resumindo, Deus é um engenheiro genético, de algum modo planejando mudanças no DNA para fazer máquinas bioquímicas e taxa superiores.”

Embora o livro de Behe esteja cheio de argumentos derivados da evidência, Carroll tem apenas rejeições de rápidas pinceladas de sua tese. Ele declara que “um imenso corpo de dados experimentais que refutam diretamente esta afirmação”. Também, que Behe tem “novamente ido ao público com afirmações sem o benefício (ou a sabedoria) de primeiro testar seu grau de verdade diante de especialistas qualificados.” Este tipo de raciocínio tem sido freqüentemente ouvido antes. [Nota deste blogger: Carroll deve estar sofrendo de amnésia, ou é intencionalmente um acadêmico desonesto − há uma década os tais de “especialistas qualificados” tentam, em vão, falsear a tese da complexidade irredutível de Behe. Alô, “especialistas qualificados”, onde estão vocês? Em Marte? Ou no multiverso?]

Em vez de se envolver com os estudos acadêmicos aprofundados do DI, há um apelo para montanhas de evidências contrárias e especialistas qualificados que sabem mais. O que Carroll não reconhece é que a tese de Behe é reconhecida como significante entre muitos biólogos profissionais: eles vêm falando há anos sobre o que o darwinismo pode e não pode fazer! A seleção da literatura de Carroll não deveria ser lida como um fait accompli [algo feito que não pode ser desfeito], mas como uma defesa de retaguarda do paradigma darwiniano. Deveria haver um debate acadêmico sobre a significância desses dados.

A verdadeira questão é: um debate dentro da ciência será permitido? [Nota deste blogger: conhecendo a Nomenklatura científica de perto, a resposta é NÃO! Eles sabem que vai ser uma tremenda vergonha ter que reconhecer publicamente que foram academicamente desonestos no contexto da justificação teórica desde 1859] Se Behe não tiver o direito de resposta [na revista Science], esta resenha deverá ser tratada como um exercício em polêmica, intencionalmente elaborada para proteger o mundo da ciência de ter que lidar com as evidências do DI. Se houver uma oportunidade de resposta, os leitores irão desfrutar de um genuíno debate científico. [Nota deste blogger: os agentes da KGB da Nomenklatura científica infiltrados na revista Science vão impedir isso!] Esta resenha deverá ter o resultado oposto do esperado, porque a ciência tem demonstrado que há limites para o darwinismo, e é perfeitamente legítimo perguntar o que o darwinismo pode e não pode fazer.

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God as Genetic Engineer
Sean B. Carroll
Science 316, 8 June 2007, 1427-1428 | DOI: 10.1126/science.1145104
Review of The Edge of Evolution: The Search for the Limits of Darwinism by Michael J. Behe, Free Press, New York, 2007. 331 pp. ISBN 9780743296205.

"The Lord hath delivered him into mine hands." Those are the words that Thomas Huxley, Darwin's confidant and staunchest ally, purportedly murmured to a colleague as he rose to turn Bishop Samuel Wilberforce's own words to his advantage and rebut the bishop's critique of Darwin's theory at their legendary 1860 Oxford debate. They are also the first words that popped into my head as I read Michael J. Behe's The Edge of Evolution: The Search for the Limits of Darwinism. In it, Behe makes a new set of explicit claims about the limits of Darwinian evolution, claims that are so poorly conceived and readily dispatched that he has unwittingly done his critics a great favor in stating them. [snip]

See also:

John Hedley Brooke, The Wilberforce-Huxley Debate: Why Did It Happen? Science & Christian Belief, (2001), 13(2), 127-141
Excerpt: "Far from any lasting significance, the event almost completely disappeared from public awareness until it was resurrected in the 1890s as an appropriate tribute to a recently deceased hero of scientific education. That delicious remark, "the Lord hath delivered him into mine hands", was probably a retrospective invention of that decade. There is, to my knowledge, no reference to it in the few contemporary reports."(p.129)