O seqüenciamento jurássico pode revelar otras cositas mais...

segunda-feira, abril 16, 2007

O boletim Agência FAPESP publicou a seguinte nota sobre o seqüenciamento jurássico:

16/04/2007

Agência FAPESP – A idéia de clonar dinossauros a partir de amostras do DNA continua restrita ao cinema e à literatura, mas uma nova descoberta deve ouriçar os sonhadores de plantão. Um grupo de cientistas norte-americanos acaba de descobrir proteínas em tecido obtido a partir de osso fossilizado de um tiranossauro de 68 milhões de anos.

Os pesquisadores também conseguiram amostras de colágeno de um mastodonte que viveu há cerca de meio milhão de anos. Para completar, seqüenciaram as proteínas dos dois animais pré-históricos.

Quando um animal morre, suas proteínas começam imediatamente a degradar. No caso dos fósseis, elas são lentamente substituídas por minerais. Até agora, os cientistas achavam que esse processo de substituição levasse cerca de 1 milhão de anos. O novo estudo prova que proteínas conseguem resistir por períodos muito maiores.
Segundo a National Science Foundation (NSF), agência de fomento à pesquisa do governo norte-americano, os resultados podem mudar a maneira como se trabalha na preservação de fósseis.


“Essa descoberta terá grandes implicações, pois sempre se acreditou que materiais em ossos fósseis não pudessem ser preservados após ficarem milhões de anos enterrados”, disse Enriqueta Barrera, diretora de programas da Divisão de Ciências da Terra da NSF.

Conduzido por pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte, da Escola Médica da Universidade de Harvard e do Centro Médico Beth Israel, o estudo teve seus resultados publicados na edição atual da revista Science.

O estudo foi feito a partir da descoberta de tecido mole em fósseis encontrados na formação sedimentar Hell Creek, em Montana, por Mary Schweitzer, da NCSU.



Tecidos moles de T. rex [Mary Schweitzer, NCSU] Não fez parte do texto da FAPESP

Outra implicação da pesquisa pode ser a obtenção de métodos para o estudo de doenças em que a identificação de proteínas é fundamental, como é o caso do câncer. “As informações que obtivemos nos ajudarão a aprender mais a respeito das relações evolucionárias, sobre como ocorre a preservação e como as moléculas se degradam com o tempo, o que teria importantes implicações na medicina, por exemplo”, disse a cientista em comunicado da NSF.

Os artigos Analyses of soft tissue from Tyrannosaurus rex suggest the presence of protein e Protein sequences from mastodon and Tyrannosaurus rex revealed by mass spectrometry podem ser lidos por assinantes da Science em http://www.sciencemag.org [1]

NOTA:

[1] Apesar da nota do boletim Agência FAPESP afirmar que o texto só pode ser lido por assinantes da revista Science, professores, pesquisadores e alunos de universidades públicas e privadas podem acessá-la gratuitamente via http://www.capes.gov.br Periódicos]+++++

CONTRAPONTO:

No artigo Biomolecules in fossil remains: Multidisciplinary approach to endurance” publicado em 2002 no The Biochemist
http://www.biochemist.org/bio/02403/0012/024030012.pdf [Download gratuito], Christina Nielsen-Marsh, uma eminente pesquisadora nesta área, estabeleceu o limite de detecção do colágeno em 2.7 milhões de anos a 0C; 180.000 anos a 10 C, e 15.000 anos a 20C.

E-mail: christina.nielsen-marsh@ncl.ac.uk

Website: http://nrg.nd.ac.uk/people/staff/nielsen-marsh.html

+++++

NOTA DO BLOGGER:

A objetividade das interpretações do seqüenciamento jurássico pode revelar otras cositas mais para a qual a Nomenklatura científica não está preparada e nem tampouco interessada em divulgar porque irá contrariar frontalmente o atual paradigma.