EXTRA! EXTRA! O fato, Fato, FATO da teoria geral da evolução finalmente foi corroborado!

domingo, abril 01, 2007

Eu sou cético da teoria da evolução acima do nível das espécies, e por boas razões. Desde o tempo de Darwin (1859) que os darwinistas vêm frenetica e decididamente vasculhando e escarafunchando todos os cantos deste globo terrestre em busca de evidências que possam realmente confirmar de vez por todas o fato, Fato, FATO da evolução assim como a Terra é redonda, e as maçãs sempre irão cair para baixo devido à lei da gravidade.

Confesso, no contexto da elaboração, a teoria geral da evolução de Darwin é linda e é igual à aritmética ― tem de ser verdade. Contudo, quando chega no contexto da corroboração, aí o bicho popperiano do falsificacionismo pega e Darwin fica a ver navios, oops fica devendo epistemicamente. Darwin não fecha a conta. Por falar nisso, você não viu uma ‘macroevoluçãozinha’ andando por aí?

Ledo engano pensar que os discípulos de Darwin entregaram a toalha desistindo deste embate heurístico. Muito pelo contrário. Com todos os recursos financeiros nas mãos, e como verdadeiros “leões de chácara” nas revistas científicas só publicam aquilo que Darwin tem de bom, e o que Darwin tem de ruim, eles escondem. Kuhn já conhecia essa turma bem de perto: quando um paradigma não consegue responder às anomalias que surgem, os que praticam ciência normal ESCONDEM as anomalias, e seguem a vida, oops fazendo ciência como se nada tivesse acontecido.

Quem está nos calcanhares de Aquiles de Darwin? A turma perversa do Design Inteligente não dá tréguas a eles. E o que a turma de Darwin faz? Tenta de todas as maneiras responder a essas críticas. Nada mais justo quando uma teoria está em crise que os críticos façam o que esperado deles ― apontar as falhas e sugerir uma nova teoria, e que os “donos do pedaço” defendam com unhas e dentes as suas posições até aqui conquistadas. Quem está na chuva é para se queimar!

Os caça-fantasmas, oops os caçadores de elos transicionais saíram a campo em busca dessas formas desde 1859 para exibi-las como evidência de evolução em grande escala (macroevolução). Vocês sabiam que em outubro de 2006 houve um simpósio da American Institute of Biological Sciences [Instituto Americano de Ciências Biológicas? Nem eu. Vocês sabiam que um relatório científico desta conferência foi publicado agora em março? E na publicação científica BioScience? [1]. Vocês viram alguma coisa publicada na Grande Mídia tupiniquim? Nem eu!

O abstract diz: “Palestrantes no simpósio ‘Macroevolução: Evolução acima do Nível de Espécies, realizado no encontro anual da National Association of Biology Teachers [Associação Nacional de Professores de Biologia] em outubro passado, focalizaram em processos macroevolutivos, a evolução de inovações importantes e as principais linhagens de organismos, e a evidência a favor desses processos.” [2]

Uau! Neste simpósio, ao que tudo indica os céticos desses processos não foram convidados para exporem as evidências contrárias. Não nos convidaram, pra esta festa pobre...

A explosão Cambriana e outras dificuldades não podiam ficar de fora, e foram abordadas especificamente. Interessante a admissão feita logo na abertura: “Alguns na comunidade antievolução afirmam que a microevolução ocorre, mas não a macroevolução, porque eles crêem que não há evidência para isso.” [3]

Nós estamos em 2007. De 1859 até 2007 são exatamente 148 anos, tempo mais do que suficiente para que o grande exército de pesquisadores e caçadores de fósseis terem encontrado os melhores exemplos de macroevolução. Será que o repórter Oksana Hlodan foi objetivo na descrição dos pontos interessantes e os exemplos apresentados pelos cinco panelistas?

Eis a pequena lista de evidências a favor da macroevolução apresentada:

1. Os coanoflagelados, uma classe de protozoários encontrada em qualquer poça de água, parecem ter as proteínas que os animais superiores usam para a sinalização e adesão das células. Desse modo “os genes compartilhados pelos coanoflagelados e os animais estavam muito provavelmente presentes no seu ancestral comum e pode lançar luz na transição para a multicelularidade.” Nicole King (UC Berkeley) sugeriu que os organismos unicelulares como esses podem ter sido preadaptados para a multicelularidade.

Pano rápido: Gente, isso é quase como sugerir que um processo inconsciente foi capaz de planejar antecipadamente toda esta complexidade.

2. Os programas de desenvolvimento foram exibidos como evidência por Nipam Patel (University of California, Berkeley) de como os diferentes planos corporais podem ter surgido, tais como a simetria bilateral e o número de segmentos. Patel deu exemplos de moscas-de-frutas com quatro asas e com pernas onde deveriam estar as antenas.

3. A radiação (do tipo biológico, e não do tipo atômico) foi discutida por Jeffrey S. Levinton (SUNY ― State University of New York em Stony Brook). Levinton tentou explicar a explosão Cambriana referindo-se ao fato que o “relógio molecular” sugere um tempo bem anterior para a diversificação das espécies do que mostra o registro fóssil. “A explosão Cambriana marca o aparecimento da maioria dos designs dos animais multicelulares bilaterianos,” ele concordou, “mas a verdadeira divergência desses grupos pode ter ocorrido muitos milhões de anos antes do Cambriano.”

4. A extinção foi apresentada como evidência por David Jablonski (University of Chicago). Uma pergunta bem impertinente: Como que a perda de 95% das coisas vivas (cálculo dele) em cinco grandes eventos de extinção pode contar como evidência a favor da macroevolução? A explicação de Jablonski: “As grandes extinções são importantes em macroevolução porque elas mudam as regras de sobrevivência, eliminando os grupos dominantes da ocasião e permitindo que as adaptações peguem carona nas características, tais como o tamanho de alcance geográfico que determinam a sobrevivência durante episódios de extinção. As grandes extinções homogeneízam a biota, e encorajam as explosões evolutivas pós-extinção.”

Uau! Não parece “Alakazam”, “Abracadabra”, “Presto”, e “Zip, Zap”? A evolução, nos ensinaram, é mais inteligente do que você, idiota!

5. As baleias (não é apodo, é o animal): Phillip Gingerich (University of Michigan) apresentou uma série de fósseis mostrando a evolução “putativa” (não é palavrão, gente) das baleias. Gingerich considerou isso “uma transição da terra para o mar uma vez pensado inexplicável em termos de evolução.”

6. As flores: Scott Hodges (University of California, Santa Barbara) argumentou que as plantas florescentes com esporões de néctar são mais diversas do que os grupos sem esporões de néctar. A explicação de Hodges: “Descobrindo esta associação, sugere que os esporões de néctar afetam o processo de especiação ou extinção.”

Uau! Se não for X então é Y. Se não for Y então é Z. Se não for Z, então todo o ABC. Eles nos ensinaram que uma teoria que explica tudo, não explica nada...

Após a apresentação dos cinco panelistas, o simpósio discutiu como melhor ensinar essas evidências a favor da macroevolução nas escolas públicas usando o material do Biological Sciences Curriculum Study (BSCS) [Usando também aqui no Brasil].

Depois foi a vez de Kathleen Smith (University of North Carolina) resumir a evidência com as suas palavras finais:

“A caixa de ferramentas genéticas é importante no estudo de macroevolução. As mesmas séries de genes são usadas repetidamente, de modos que a principal mudança evolutiva, necessariamente, não requer grandes mudanças genéticas.

Há uma complexidade no tempo e modo da evolução. Há muitos padrões diferentes nos eventos macroevolutivos.

Muitas mudanças macroevolutivas dependem de mudanças significantes no ambiente, algumas das quais resultaram nos grandes eventos de extinção.

Os processos de microevolução e macroevolução são contínuos.”

Ué, foi só isso? Cadê a “montanha de evidências” que testificam a favor do fato, Fato, FATO da teoria geral da evolução? Isso é simplesmente ridículo. Os dois casos a favor da macroevolução que tinham ossos ou fotos para apoiá-la foi o da baleia e do esporão de néctar de algumas flores. Diga-se de passagem, que apesar de diversificarem, as flores ainda continuam espécies dentro do mesmo tipo, e não são exemplos convincentes a favor da macroevolução. Quanto às baleias, o argumento há muito já foi para o espaço. Vide aqui.

E o resto do simpósio que iria corroborar de uma vez por todas o fato, Fato, FATO da teoria geral da evolução [macroevolução] ficou somente com os panelistas apresentando “sugestões” que “poderiam” invalidar as evidências falseadoras com um pouco mais de pesquisa [e recursos financeiros]. Nada mais, a não ser a esperança de que descobertas futuras [as notas promissórias epistemológicas] possam “lançar luz” sobre os problemas vexatórios de como todos os principais planos corporais de todos os animais apareceram num “piscar de olhos geológicos” no registro fóssil. Ué, para onde foi o espírito baconiano de fazer ciência?

E o que esperar da Nomenklatura científica que já decidiu favorecer uma teoria em detrimento das evidências contrárias encontradas na natureza?
O artigo destaca que as apresentações deste simpósio estão disponíveis no site da AIBS.

NOTAS:

[1] Oksana Hlodan, “Macroevolution: Evolution Aboque the Species Level,” BioScience, Volume 57, Number 3, March 2007, pp. 222-225(4).

[Requer assinatura, mas se você for professor, aluno e pesquisador em universidade pública ou privada, pode acessar gratuitamente no site http://www.capes.gov.br Periódicos]

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Que dia é hoje? 1º. de abril. Vocês pensaram que eu não ia blogar nada hoje? No Brasil é o Dia da Mentira, e ficou até chato blogar algo sim. Darwin, me desculpe, argh, mas é quase como cometer um assassinato.

Sob os ombros de um gigante pesquisador.
NOTAS:

[1] Oksana Hlodan, “Macroevolution: Evolution Above the Species Level,” BioScience, Volume 57, Number 3, March 2007, pp. 222-225(4).

[2] “Speakers at the ‘Macroevolution: Evolution above the Species Level’ symposium, held at the National Association of Biology Teachers annual meeting last October, focused on macroevolutionary processes, the evolution of key innovations and major lineages of organisms, and the evidence for these processes.”

[3] “Some in the antievolution community assert that microevolution happens but not macroevolution, because they believe there is no evidence for it.”