Seleção natural: verdadeiro mecanismo evolutivo eficiente ou um tonitruante mas vazio oxímoro darwinista?

terça-feira, março 27, 2007

A atual teoria geral da evolução, o neodarwinismo, dizem ser a atualização das hipóteses de Darwin e das descobertas das leis de Mendel: mutações filtradas aleatoriamente pela seleção natural [e outros mecanismo evolutivos de A a Z] ao longo do tempo.

Interessante que na última V Sao Paulo Research Conference realizada de 18 a 20 de maio de 2006, no auditório da Faculdade de Medicina da USP, na qual participei com o pôster impertinente “Uma iminente mudança paradigmática em Biologia evolutiva?”, pelo menos três conferencistas afirmaram do pódio ― “Para nossa surpresa, a seleção natural não funciona aqui”.

Uau, a seleção natural não funciona em certos casos esperados. É por essas e outras que Darwin 3.0 já deveria ter sido lançado. Você já viu alguma versão Beta circulando por aí?

“Oxi o quê? Xi, oxímoro é palavrão? É de comer? É nova marca de sabão em pó? O que é oxímoro?” Bem, gente, oxímoro não é palavrão, não é de comer, e nem é nova marca de sabão em pó, muito menos um neologismo criado por este escriba insignificante com a intenção de aparecer no pedaço. Oxímoro é uma figura de linguagem que consiste na reunião de palavras contraditórias ou paradoxais. Ex.: silêncio eloqüente, a honestidade do político brasileiro, a virgem prostituta.

“E o que oxímoro tem a ver com a seleção natural?” Explico. Antes de ser “queimado em praça pública, e tem muita gente disposta a fazer isso com você” [foi esta a afirmação literal que ouvi numa conversa informal sobre “a controvérsia Darwin v. Design” de uma colega da pós-graduação na universidade], eu sei que a seleção natural é encontrada agindo diuturnamente na natureza, mas, e aqui eu divirjo completamente da comunidade acadêmica “mainstream”: é apenas um mecanismo de conservação, e não é responsável por toda a complexidade e diversidade da vida encontrada na natureza.

Vamos destrinchar o oxímoro da seleção natural. Na expressão “seleção natural”, a palavra “seleção” implica em “escolha”. E é justamente aqui que o bicho “locuta perennis” pega. Estão atribuindo poder de escolha a causas naturais cegas e aleatórias que apropriadamente pertence somente a agentes inteligentes. Desde quando causas naturais têm inerentemente poder de “escolha”? O processo não é cego, não guiado e não inteligente?

Este questionamento não é meu, mas de um dos pais da teoria geral da evolução pela seleção natural: Alfred Russell Wallace. Como é uma pergunta impertinente, ninguém respondeu desde então.

Oxímoro. Palavra até bonitinha, mas cheias de curvas e epistemologicamente comprometedora. Seleção natural: verdadeiro mecanismo evolutivo eficiente na criação de novas quantidades de informação biológica ou apenas mais um tonitruante, mas ineficiente oxímoro epistemológico darwinista?

Seleção natural, qual foi a verdadeira “intenção” de Darwin com isso? Científica ou ideológica? Historiadores de ciência mais aptos e com mais anos de estrada do que eu bem que poderiam contar esta história, mas não contam.

Não vou contar, não vou contar. Vou contar. Só que eu conto aqui outro dia.