Por que devemos revisar ou descartar de vez o neodarwinismo como teoria científica?

sexta-feira, agosto 25, 2006

Gerd B. Mueller e Stuart Newman, editores do livro Origination of Organismal Form: Beyond the Gene in Developmental and Evolutionary Biology, publicado pela renomada MIT Press, destacam no seu capítulo de introdução que o neodarwinismo no final do século 20 focou demais nas características das variações e na genética das populações que simplesmente IGNOROU a origem das morfologias. Embora eles não usem o termo, essencialmente o livro afirma que a biologia evolutiva focou quase que EXCLUSIVAMENTE na MICROEVOLUÇÃO e nada fez em explicar a MACROEVOLUÇÃO.

Para os céticos localizados [os cucas frescas] e os céticos globalizados [os cabeças-duras] duas citações do livro:

“É objetivo do presente volume elaborar sobre esta distinção entre a originação (inovação) e a diversificação (variação) da forma focalizando na pluralidade [sic] de fatores causais responsáveis pelo primeiro, aspecto relativamente negligenciado [sic], a origem da forma organismal. Falha em incorporar este aspecto representa uma das principais lacunas na teoria canônica da evolução [SIC!!!], ela sendo bem distinta dos tópicos com os quais a genética da população ou genética do desenvolvimento está principalmente interessada.” [1]

“Em outras palavras, o neodarwinismo não tem uma teoria gerativa” [SIC!!!] [2]

Neste livro há muito mais admissões bem cândidas de que o neodarwinismo simplesmente FALHOU em responder toda questão importante, NOTA BENEo neodarwinismo simplesmente FALHOU em responder toda questão importante sobre a MACROEVOLUÇÃO [os editores não usam este termo).

Desde 1998 este blogger vem levantando a necessidade de revisão ou simplesmente descarte do neodarwinismo como teoria científica. Já fui chamado de muitas coisas, mas parece que as evidências encontradas na natureza vão provar que este simples 'professor do ensino médio' * , 'um simples tradutor científico', 'o anta do Enézio', estava e está com a razão – chegou a hora de dizer adeus a Darwin!

Atenção Grande Mídia Tupiniquim – vocês vão quebrar a cara, porque a História da Ciência vai registrar que vocês sabiam disso desde 1998 [especialmente a editoria de ciência da Folha de São Paulo] e, acovardados, nunca levantaram esta questão com seriedade, objetividade, imparcialidade e honestidade jornalística.

Atenção Nomenklatura científica – alguns de vocês aqui no Brasil já falam em 'processo de modificação' do neodarwinismo. Sinal de que o pôster apresentado por este blogger na V São Paulo Research Conference"Uma Iminente Mudança Paradigmática em Biologia Evolutiva?" está sendo vindicado aos poucos.

Pieckzarka [UFPA], Fabrício Santos [UFMG], Paprocki [PUC-MG], muito obrigado pelo diálogo sobre esta controvérsia. Aprendi muito com vocês. Obrigado José Monserrat Filho, editor do JC e-mail, por ter dado espaço para algumas críticas naquela newsletter online. Quem diria, 'um simples professor de ensino médio'...

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* Não tenho vergonha de ter sido professor do ensino médio. Tenho os professores em alta estima e pena que hoje eles recebam tão pouco – já foram muito importantes neste Brasil e já ganharam quase igual aos juízes. Acredito que na escala de valoração os professores valham igual ou muito mais do que os juízes, por uma simples razão – é muito mais fácil sentenciar bandidos do que formar cidadãos. Mandar alguém pra cadeia é mais fácil do que formar uma nação.

[1] “It is the aim of the present volume to elaborate on this distinction between the origination (innovation) and the diversification (variation) of form by focusing on the plurality of causal factors responsible for the former, relatively neglected aspect, the origination of organismal form. Failure to incorporate this aspect represents one of he major gaps in the canonical theory of evolution, it being quite distinct from the topics with w hich population genetics or developmental genetics is primarily concerned.” (p. 4)

[2] “In other words, neo-Darwinism has no theory of the generative.” (p. 7)