O verdadeiro motivo que levou Darwin elaborar sua teoria da evolução: ciência ou naturalismo filosófico?

segunda-feira, julho 31, 2006

Muitos dos atuais historiadores da ciência descrevendo a teoria da evolução e a vida de Darwin, omitem intencionalmente alguns aspectos comprometedores das verdadeiras intenções subjetivas de Darwin na elaboração de sua 'teoria da evolução'.

Eu sei que irei deixar a Nomenklatura científica e a galera ultradarwinista fundamentalista iradas e vou contrariar trabalhos e conclusões dos mais doutos historiadores de ciência tupiniquins que dedicaram toda a sua carreira acadêmica louvando e defendendo com unhas e dentes 'o naturalista inglês'.



Deixemos o próprio Darwin mostrar esse seu lado pseudo-científico e ideológico:

"Eu devo dizer com permissão, como alguma desculpa, que eu tinha dois objetos distintos em vista; primeiramente, demonstrar que as espécies não tinham sido criadas separadamente, e em segundo lugar, que a seleção natural tinha sido o principal agente de mudança, embora fortemente ajudada pelos efeitos de hábitos herdados, e levemente pela ação direta das condições circundantes. Contudo, eu não fui capaz de anular a influência de minha antiga crença, então quase que universal, de que cada espécie tinha sido criada com propósito; e isso me levou à minha tácita suposição de que cada detalhe de estrutura, exceto os rudimentos, era de algum serviço especial, mas desconhecido. Qualquer pessoa com esta suposição em sua mente naturalmente estenderia muito distante a ação da seleção natural, durante o passado ou em tempos atuais. Alguns daqueles que admitem o princípio da evolução, mas rejeitam a seleção natural, parecem esquecer, quando criticando o meu livro [Origem das Espécies], que eu tinha em vista esses dois objetos acima; daí, se eu errei em atribuir à seleção grande poder, que eu estou muito longe de admitir, ou em tendo exagerado o seu poder, que em si mesmo é provável, eu tenho pelo menos, assim espero, ter feito um bom serviço em ajudar a derrubar o dogma de criações separadas". (Darwin, C.R., "The Descent of Man and Selection in Relation to Sex," [1871], Londres, John Murray, 1874, Segunda edição, reimpressão 922, p.92). [1]

Interessante destacar cinco aspectos da inusitada confissão de Darwin:

1. Seu objetivo principal não foi científico, mas religioso – "primeiramente, demonstrar que as espécies não tinham sido criadas separadamente.

2. Adicionou aspectos lamarckistas de herança de características adquiridas ("a seleção natural tinha sido o principal agente de mudança, embora fortemente ajudada pelos efeitos de hábitos herdados") à sua teoria da seleção natural original.

3. Exagerou ao estender demais a ação da seleção natural.


4. Admitiu ter exagerado o seu poder.

5. Deu grande poder à seleção natural.

Esta percepção de 'onipotência' ainda hoje é atribuído à seleção natural pelos darwinistas a despeito de a natureza se negar substanciar suas especulações transformistas.

Muito mais interessante é que Darwin chamou a seleção natural de 'minha divindade'!

"Meu prezado Gray… Eu espero que você tenha recebido a terceira edição do 'Origem'. Ultimamente eu tenho sido levado a pensar mais sobre este assunto, e lamento dizer que chego a discordar mais de você. Não é que a variação planejada, como a mim me parece, torne supérflua a minha divindade Seleção Natural, mas antes do estudar, ultimamente, a variação doméstica, e vendo que há um enorme campo de variabilidade não planejada para a seleção natural se apropriar para qualquer propósito útil para cada criatura".(Darwin, C.R., Letter to Asa Gray, June 5, 1861, in Darwin, F., ed., "The Life and Letters of Charles Darwin," [1898], Nova York, Basic Books, Vol. II., 1959, reimpressão, pp.165-166). [2]

Naturalismo filosófico em primeiro lugar, e a evidência científica que se dane!

Seleção natural – uma divindade???

O que motivou Darwin elaborar a teoria da evolução – ciência ou ideologia?

Huxley, você devia ter era internado Darwin em vez de ter perseguido e destruído academicamente ao Mivart!!!

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Original em inglês:

[1] "I may be permitted to say, as some excuse, that I had two distinct objects in view; firstly, to shew that species had not been separately created, and secondly, that natural selection had been the chief agent of change, though largely aided by the inherited effects of habit, and slightly by the direct action of the surrounding conditions. I was not, however, able to annul the influence of my former belief, then almost universal, that each species had been purposely created; and this led to my tacit assumption that every detail of structure, excepting rudiments, was of some special, though unrecognised, service. Any one with this assumption in his mind would naturally extend too far the action of natural selection, either during past or present times. Some of those who admit the principle of evolution, but reject natural selection, seem to forget, when criticizing my book [The Origin of Species], that I had the above two objects in view; hence if I have erred in giving to natural selection great power, which I am very far from admitting, or in having exaggerated its power, which is in itself probable, I have at least, as I hope, done good service in aiding to overthrow the dogma of separate creations." (Darwin, C.R., "The Descent of Man and Selection in Relation to Sex," [1871], John Murray: London, 1874, Second Edition, 1922, reprint, p.92).

[2] "My dear Gray... I hope you have received long ago the third edition of the `Origin.' ... I have been led to think more on this subject of late, and grieve to say that I come to differ more from you. It is not that designed variation makes, as it seems to me, my deity `Natural Selection' superfluous, but rather from studying, lately, domestic variation, and seeing what an enormous field of undesigned variability there is ready for natural selection to appropriate for any purpose useful to each creature." (Darwin, C.R., Letter to Asa Gray, June 5, 1861, in Darwin, F., ed., "The Life and Letters of Charles Darwin," [1898], Basic Books: New York NY, Vol. II., 1959, reprint, pp.165-166. My emphasis).