A revista Nature entregou o ouro: não é ciência, é filosofia!

segunda-feira, maio 01, 2006

Durma-se com um barulho desses. Lá vêm novamente esses criacionistas fundamentalistas empedernidos, crentes da Terra plana, que não sabem o que é e nem como fazer ciência, mais essa turma do DI metida a besta como cientistas, com um estardalhaço infundado desses.

Ó galera ultradarwinista fundamentalista e Nomenklatura científica, acordem, dá para o menos uma vez na vida parar e pensar sobria e cientificamente? Vocês estão sentados? Como é que está a pressão? Vocês têm seguro de vida? Então agüentem firmes que lá vem uma bomba. Nitroglicerina pura! Este surpreendente e inacreditável abstract de artigo de Rex Dalton apareceu na não menos famosa e insuspeita revista científica Nature 440, 1100-1101 (27 de abril de 2006):

“Decidir se os nossos ancestrais evoluíram como uma única linhagem pode depender mais em filosofia do que em fósseis”.

Vou destacar aqui entre aspas alguns trechos deste ‘inusitado’ artigo:

“Os pesquisadores dizem que os fósseis, da região Afar, vão um longo caminho em demonstrar que os primeiros hominídeos não era um grupo diverso de espécies coexistentes. A equipe de pesquisadores sugere que as três espécies evoluíram como uma única linhagem entre pelo menos 4.4 milhões de anos atrás e 2.9 milhões de anos atrás – uma era quando a humanidade refinou a sua capacidade de andar ereta enquanto desenvolvia novos modos de viver”.

Embora este achado tenha sido trombeteado recentemente pelos cientistas e a Grande Mídia como sendo o grande achado do ‘elo perdido’, outros especialistas ainda estão discutindo sobre a relação entre as espécies descobertas. Razão:

“A idéia [evolução filética] é uma das mais contenciosas em paleoantropologia” [sic].

“O artigo da revista Nature deste mês faz um ousado argumento, e mostra que a equipe de pesquisadores de Awash procura deixar a sua marca registrada. Outros na área de estudos estão impressionados”.

“Quando você acha 30 fósseis de novos hominídeos, permite-se certa quantidade de conjectura [sic]”, disse Bernard Wood, um paleoantropólogo da George Washington University em Washington DC. “Como sempre, eles fizeram um trabalho fantástico”.

Mas Wood e outros não estão assim muito convencidos da conclusão da equipe de cientistas de Awash: “Este é somente o primeiro tempo de um jogo de rúgbi” *, disse Wood.

Meave Leakey, a principal autora sobre as descobertas do A. anamensis no Quênia, foi mais direta. “Eu não creio nisso”, ela disse. “Nós não temos os espécimes para preencher as lacunas [sic]”.

Leakey e Wood são dois especialistas entre aqueles que acreditam [sic] que outras espécies de hominídeos ainda não descobertas podem ter vivido nesta época – de 4.4 milhões a 2.9 milhões de anos atrás. Se outras espécies existiram, isso traria dificuldades ou eliminaria o argumento a favor de uma linhagem direta.

“A minha opinião preconcebida é de que há mais do que menos linhagens – mais diversidade”, disse. “Eu tenho de reconhecer que estes novos dados são dramáticos. Mas nós devemos nos acautelar em vir com uma explicação completa quando nós não temos toda evidência [sic]”.

O argumento cético de Wood frustra White, que reagiu emocionalmente. “Também havia marcianos naquela época... e espaçonaves por todo o Plioceno – só que nós ainda não os descobrimos”, ele desabafou.

Mas o que é um monte desconexo de fragmentos de ossos e alguns dentes para confirmar o FATO da teoria geral da evolução? Pelo estardalhaço da Grande Mídia tupiniquim, ciência. Pela sobriedade agora da revista Nature, filosofia. Para este blogger, ideologia.

* N. do Blogger: Rúgbi é um esporte muito violento. Que analogia infeliz, mas pelo andar da carruagem, vem mais controvérsia ‘sangrenta’ de subjetividade entre os especialistas dos dois campos. Estamos de olho! Bem abertos!!!

E eu que havia prometido a mim mesmo descansar neste Dia do Trabalho... Carregando pedra, quero dizer, ossos!